O renomado desenvolvedor e ex-Apple Sterling Crispin compartilhou no Twitter sua experiência ao participar do desenvolvimento do Apple Vision Pro, anunciado no início desta semana.
Além de revelar detalhes sobre o projeto, Crispin falou também sobre o progresso da tecnologia por trás do dispositivo. Naturalmente, devido a acordos de confidencialidade (non-disclosure agreements, ou NDAs), boa parte do trabalho permanece em segredo. No entanto, Crispin destacou que alguns aspectos se tornaram conhecidos publicamente por meio de patentes.
De acordo com o desenvolvedor, seu trabalho envolveu o uso de dados biométricos para detectar estados mentais dos usuários em experiências de realidade mista ou virtual. Por meio de modelos de IA, sua equipe buscava prever estados cognitivos como curiosidade, medo, atenção e memória.
É o projeto no qual eu trabalhei por mais tempo. Estou orgulhoso e aliviado por finalmente ter sido anunciado.
Essas previsões eram feitas com base em medições, incluindo rastreamento ocular, atividade cerebral, ritmo e taxa cardíaca, atividade muscular, densidade sanguínea no cérebro, pressão arterial e condutividade da pele.
Crispin também revelou técnicas interessantes para realizar previsões precisas, como antecipar quando um usuário está prestes a clicar em algo. Monitorando o comportamento ocular e usando biofeedback, a equipe foi capaz de criar uma resposta antecipatória da pupila, aprimorando a experiência do usuário em tempo real.
Além disso, o desenvolvedor disse que os usuários eram expostos a sinais imperceptíveis conscientemente, ajudando a avaliar seu estado cognitivo, incluindo foco, relaxamento e capacidade de aprendizado.
Com base nesses dados, o ambiente virtual era ajustado dinamicamente para otimizar esses estados, proporcionando uma experiência adaptativa e imersiva adequada para atividades de aprendizado, trabalho ou relaxamento.
Surpreendentemente, durante o desenvolvimento do Apple Vision Pro, os engenheiros da Apple registraram impressionantes 5 mil novas patentes.
Ainda segundo o renomado desenvolvedor, que deixou a Apple no final de 2021, o foco do dispositivo não reside apenas em imergir os usuários na realidade mista, mas em ampliar as possibilidades ao combinar perfeitamente o mundo real com o mundo digital.
Por fim, Crispin acrescentou que há “muitas outras coisas” com as quais esteve envolvido que ainda não apareceram em patentes. Ele concluiu o texto dizendo esperar que mais revelações sobre o headset venham à tona no futuro.
via AppleInsider
