Um novo livro sobre a vida de Steve Jobs está chegando (“Becoming Steve Jobs”, que será lançado em 24/3). Apesar de ser mais falando a respeito do ex-CEO e cofundador da Apple, os autores (Brent Schlender e Rick Tetzeli) aparentemente conseguiram algo bem difícil: trazer novas histórias e fatos sobre a vida de Jobs — muito disso graças às diversas entrevistas que eles conseguiram realizar com pessoas bem próximas do ex-chefão da Maçã (Tim Cook, Jony Ive, Laurene Powell Jobs, etc.).
Nós já comentamos algumas delas, com destaque para a tentativa de Tim Cook de doar parte do seu fígado para Jobs. Pois agora os próprios autores do livro divulgaram na Fast Company mais algumas dessas histórias.
[divider]O texto abaixo contém spoilers[/divider]O lado humano de Steve Jobs
A gente sempre ouve muitas histórias por aí de como Jobs era um cara intolerante, impaciente… mas definitivamente — ao menos de acordo com Cook — ele também tinha um lado muito humano que infelizmente poucos comentam. Exemplos? Cook afirmou que Jobs algumas vezes fez o possível e o impossível para que empregados ou seus respectivos cônjuges tivessem um atendimento médico adequado — e não estamos falando aqui do tradicional “vai lá e, se precisar de alguma coisa, me liga”, não.
Uma vez, Jobs ligou para a mãe de Cook com o pretexto de saber onde o filho dela estava — algo desnecessário, já que ele sempre conseguiu falar com Cook quando queria. Mas na verdade fez isso para conversar com ela e convencê-la de que Cook precisava ter mais vida social.
Alguém que está vendo a vida apenas como uma relação transacional com as pessoas… não faz isso.
Plano de sucessão
Apesar de não ter tratado nada disso de forma aberta, Jobs, seus executivos e o conselho de administração da Apple começaram a colocar um plano de sucessão em prática ainda em 2004, quando ele recebeu o diagnóstico de câncer no pâncreas e acreditou que teria poucos meses de vida — isso foi, inclusive, uma passagem do belíssimo discurso que Jobs fez na Universidade de Stanford.
Sempre trabalhando
Não é novidade para ninguém que Jobs trabalhou até os últimos dias da sua vida. O livro, porém, conta como Jobs lidou com isso (querendo sempre ser tratado como uma pessoa normal, e não um doente) e priorizando mais as coisas que ele gostava de fazer, como marketing, design e apresentação de produtos.
Universidade Apple
Podemos dizer que o projeto da Universidade Apple (programa de treinamento interno da empresa que tem a finalidade de ensinar a “cultura Apple” para seus empregados) também se iniciou por conta da doença de Jobs. Trata-se de uma maneira de ensinar como futuros líderes da Maçã devem tomar decisões e, como tudo é muito em cima da cultura da Apple, o pensamento de Jobs não tem como ficar de fora disso.
Por conta da doença e do tempo, Jobs se tornou mais aberto para explicar seu processo de pensamento, o porquê de cada decisão — que, consequentemente, levaram à criação de coisas sensacionais e a grandes fracassos. Entender isso tudo (tanto as coisas boas quanto as ruins) é importante, e por isso a Universidade Apple foi criada.
Tim Cook como CEO
Uma das coisas que ajudaram Cook a chegar ao cargo máximo dentro da Apple foi sua relação de paixão com a empresa, a crença de que a Maçã é um lugar especial, mágico. Cook e Jobs compartilhavam dessa mesma opinião, e isso certamente contribuiu para que Jobs agilizasse as coisas e nomeasse Cook como seu sucessor.
Eu realmente amo a Apple e eu acho que a Apple está aqui por uma razão maior. Há muito poucas empresas como essa hoje em dia.
Cook lembrou como o convite para ser CEO surgiu dois meses antes de Jobs falecer. O ex-chefão ligou para ele e pediu que fosse à sua casa.
Ele disse: “Você tomará todas as decisões.” Eu disse: “Espere, deixe-me lhe fazer uma pergunta.” Eu tentei escolher algo que pudesse incitar ele, então eu disse: “Você quer dizer que se eu revisar um anúncio e gostar dele, devo apenas veicular sem a sua opinião?” Ele riu e disse: “Bem, eu espero que você ao menos me pergunte!” Eu perguntei a ele duas ou três vezes: “Você tem certeza de que quer fazer isso [eu ser o seu sucessor]?”
Uma morte “precipitada”
Cook pensou que ainda contaria com os conselhos de Jobs por algum tempo — caso não lembre, logo após passar o bastão de CEO para Cook, Jobs se tornou presidente do conselho administrativo da empresa. Oito semanas depois…
Eu assisti a um filme com ele na sexta-feira antes de ele falecer. Nós vimos “Duelo de Titãs” [uma história sentimental sobre esporte, vida, escolhas, etc.]. Fiquei tão surpreso que ele queria assistir a esse filme. Fiquei assim… “Você tem certeza?” Steve não era nada interessado em esportes. Nós assistimos e conversamos sobre uma série de coisas e eu saí achando que ele estava muito feliz. E então, de repente as coisas se tornaram um inferno naquele fim de semana.
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A própria Apple está promovendo o livro como o único “aprovado” por amigos de Jobs, veja só:
Becoming Steve Jobs is the only book about Steve recommended by the people who knew him best. http://t.co/fVZhCCseHM pic.twitter.com/hYygRzhuKs
— Apple Books (@AppleBooks) March 17, 2015
“Becoming Steve Jobs” é o único livro sobre Steve recomendado pelas pessoas que o conheceram melhor.
Pelo visto vem coisa boa por aí, mesmo!
[via 9to5Mac]