Há muitos anos, deixei de ter TV por assinatura na minha casa. Quando tive, aproveitava muito pouco as quantidades de canais se comparado com o valor da mensalidade e os terríveis 12 primeiros meses de carência. Sentia falta de alguns canais, mas nada que realmente justificasse a manutenção da assinatura. Desde então, pouco assisto TV aberta, principalmente pela qualidade do conteúdo.
Também nunca tive paciência de ficar gastando meu tempo fazendo downloads de filmes e séries, então fiquei alheio a esse tipo de conteúdo por bastante tempo. Até que, em 2012, resolvi assinar o até então recém-chegado provedor de conteúdo online no Brasil Netflix, para conhecer o que era e como funcionava. O principal fator foi justamente o “apenas R$15” por mês sem carência. Fiquei encantado com o serviço:
Como assim, R$15 por todos esses filmes para assistir quando eu quiser?
Empresas como Netflix e HBO entenderam que o que as pessoas querem é ter o controle sobre o que elas assistem. Não tenho mais paciência, por exemplo, de aguardar uma semana inteira para ver a minha série favorita em um horário pré-determinado. Quero se, “me der na telha”, fazer uma maratona de 4-5 capítulos ou uma temporada inteira de uma só vez. E gosto de ter essa sensação de liberdade.
Mas quando a Apple entrará nisso? É uma pergunta que nos fazemos desde que surgiu o boom de conteúdo sob demanda. Inclusive, em algumas entrevistas, Tim Cook mencionou que não está satisfeito com a forma que vemos televisão hoje em dia. Desde então, nos últimos anos, a Apple TV vem recebendo canais de assinatura individuais a preços bem, mas bem menores se comparados aos da TV a cabo.
Outro fator relevante: no evento de lançamento do Watch, a Apple anunciou a redução de preço da Apple TV nos Estados Unidos para US$69 e uma parceria com a HBO para fornecimento de streaming de vídeo exclusivo. Além disso, para aumentar os rumores, John Paczkowski — do BuzzFeed — afirmou hoje cedo que veremos uma nova Apple TV na WWDC deste ano.
Sabemos que a Apple geralmente não é pioneira em lançar produtos ou serviços, mas quase tudo que ela “toca” vira ouro, ou seja, muita coisa muda depois que ela entra no jogo. Devido a isso, nos EUA, as empresas de TV a cabo já oferecem “pacotes magros” de canais por até US$20, segundo publicou a EXAME.com.
A Apple tem grana e um poder de alcance invejável, por isso não é loucura afirmar que ela levará os principais canais do mundo à Apple TV. A coisa tende a mudar de vez. Me arrisco a dizer, ainda, que muitos canais de nicho com públicos menores desaparecerão com o tempo.
Acredito que essa indústria está fadada a mudanças profundas, em que as pessoas ditarão o tipo de programação. Com isso surgirão, inevitavelmente, outras oportunidades de negócios.
Estou bastante otimista com tudo isso. Que venha logo o futuro da Apple TV!