Recentemente o músico e empresário Jay Z adquiriu a Aspiro, uma empresa sueca de tecnologia que tinha em seu catálogo dois serviços de streaming de músicas/vídeos (WiMP e Tidal), por US$56 milhões. Nesta semana, ele relançou o Tidal1Obviamente, indisponível no Brasil. com o intuito de mudar o panorama desses serviços e suas relações com músicos.

As pessoas realmente acham que música é algo gratuito, mas pagam US$6 por uma [garrafa de] água. Você pode beber água gratuitamente da torneira e é bom água2Nos Estados Unidos, a água da torneira é potável.. Mas as pessoas acham “Ok” pagar por isso. É apenas como funciona agora a mentalidade.
—Jay Z.
Mas por que estamos falando disso? Por duas coisas. A primeira, é claro, é a relação do Tidal com a Apple. Como sabemos, a Maçã pretende reformular o Beats Music, serviço de streaming de músicas adquirido por ela no passado.
Jimmy Iovine (cofundador da Beats) é agora um dos responsáveis por desenhar a estratégia da Apple no mercado musical. Sabemos que a Apple tem um peso importantíssimo nesse mercado, ainda mais agora depois que Iovine, Dr. Dre e companhia se juntaram à empresa. E como Iovine tem um ótimo relacionamento com músicos, o relançamento do Tidal não passaria despercebido por ele.
Em uma entrevista para a Billboard, Jay Z — que tem um relacionamento profissional com Iovine há anos — afirmou que conversou com o executivo da Apple, deixando claro sua opinião de que a equipe da Apple/Beats fará coisas incríveis, mas que não é preciso ninguém perder para eles ganharem (se referindo à tentativa de Iovine de “roubar” os grandes artistas do Tidal para o futuro serviço de streaming da Apple).
Jay Z deixou claro que entende ser algo do mercado, intrínseco à concorrência. Mas que Iovine deveria olhar para o panorama geral, já que não se trata de Apple contra Tidal — e sim do formato atual de como as coisas funcionam para artistas e a tentativa de mudar esse panorama.
A segunda é que, independentemente da natureza do Tidal e do intuito com que ele foi relançado3A ideia é que artistas recebam uma parte equitativa das receitas dos serviços como Spotify e Beats Music, algo que ficou muito em evidência quando a cantora Taylor Swift decidiu retirar suas música do Spotify — ela estará no Tidal, que tem dois modelos de assinatura: um de US$10 e outro de US$20., pelo visto Jay Z e sua equipe não pensaram muitos nos designers que criaram a interface do Spotify, conforme mostrou o 9to5Mac.
Acima podemos ver um comparativo entre a interface web do Tidal e a do Spotify. Alguém pisou na bola, feio…
Notas de rodapé
- 1Obviamente, indisponível no Brasil.
- 2Nos Estados Unidos, a água da torneira é potável.
- 3A ideia é que artistas recebam uma parte equitativa das receitas dos serviços como Spotify e Beats Music, algo que ficou muito em evidência quando a cantora Taylor Swift decidiu retirar suas música do Spotify — ela estará no Tidal, que tem dois modelos de assinatura: um de US$10 e outro de US$20.