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Review: testamos o headphone Sennheiser HD 250BT

Como soa a nova opção de entrada da Sennheiser no mercado brasileiro?
Sennheiser HD 250BT

Se você está no mercado em busca de um novo fone de ouvido, o momento — não obstante o dólar obsceno, naturalmente — nunca esteve tão interessante: há opções para todos os gostos e bolsos, nos mais variados formatos, desde os chamados earbuds (como os AirPods) até headphones profissionais, de design aberto e materiais extremamente luxuosos.

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A Sennheiser conhece bem todos esses segmentos: a marca alemã é bastante conhecida dos audiófilos, mas de uns tempos para cá tem se arriscado também num segmento mais acessível do mercado. Nas últimas semanas, pude testar uma das criações da empresa que pretende apelar justamente para esse público mais amplo: o HD 250BT.

Disponível nas lojas virtuais brasileiras por cerca de R$400, o fone é uma tentativa da Sennheiser de apelar para consumidores de outras marcas muito fortes neste segmento mais básico, como a JBL. Mas será que ele tem vigor para isso? Vejamos a seguir.

Design, construção e conforto

Minhas impressões iniciais com o HD 250BT foram mistas: ao tirar da caixa, logo se percebe um fone extremamente leve — feito atingido pelo emprego de materiais, digamos, não muito nobres: dispositivo é inteiramente feito em plástico e não aparenta muita solidez na sua construção.

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No geral, a sensação aqui é de uma certa fragilidade, desde a alça fina e sem qualquer revestimento até o fio parcialmente exposto que liga as duas conchas do fone — francamente, minha impressão inicial lembrou aqueles fones que algumas companhias aéreas distribuem no início de voos de longa duração, o que, cá entre nós, não é o melhor dos cartões de visita.

A conexão das conchas com a alça também é levemente frouxa — mas isso acaba sendo um ponto positivo, já que este é o único ponto onde as conchas podem se mover em relação ao conjunto para um ajuste melhor à sua cabeça.

Ainda nos pontos negativos, o fone não pode ser dobrado, o que dificulta seu transporte em bolsas ou mochilas menores — vale notar que ele também não acompanha um estojo ou uma case, embora isso já seja esperado nessa faixa de preço. É bem verdade que o produto não é muito avantajado, mas ainda assim seria legal ver a Sennheiser pensar numa solução de transporte mais interessante.

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Por outro lado, as escolhas de materiais da fabricante se justificam pelo peso (e consequente conforto) do HD 250BT: com apenas 125g, ele é perceptivelmente mais leve que alguns concorrentes, como o JBL TUNE 500BT (160g) — que é o headphone que eu tenho em casa e uso regularmente, portanto vocês verão algumas comparações entre os dois ao longo desta análise.

De fato, as intenções da Sennheiser foram atingidas: o HD 250BT é extremamente leve e confortável, sem causar nenhum tipo de incômodo mesmo após horas de uso — de fato, é possível simplesmente esquecer que o fone está lá.

A altura das conchas é regulável na própria conexão delas com a alça, e tem um ajuste relativamente preciso; a parte que fica em contato com seus ouvidos é bem macia e revestida em um couro sintético que não esquenta muito, aprimorando a sensação de conforto. Neste sentido, aprovado.

Experiência de uso

O HD 250BT tem apenas três botões, todos localizados na concha direita: dois deles servem para você aumentar ou diminuir o volume da reprodução, enquanto o botão central é multifunção — ele serve para você ligar e desligar o produto, ativar o modo de conexão, pausar ou retomar a reprodução, avançar ou retroceder a faixa e atender ou recusar uma chamada, dependendo do momento e da quantidade de acionamentos.

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O guia rápido que acompanha o produto é satisfatório para explicar essas funções, e a Sennheiser não tenta reinventar a roda aqui — no geral, os atos de pressionar uma, duas ou três vezes (ou pressionar e segurar) o botão de controle já são quase um padrão nos fones de ouvido de várias marcas, então você provavelmente não se sentirá muito perdido por aqui se tiver alguma familiaridade com esse universo.

Como manda o figurino, o fone dá alguns avisos sonoros ao usuário em determinadas situações, como bateria fraca, volume máximo, conexão estabelecida ou perdida. O curioso é que, aqui, esses avisos não são toques sonoros (como no meu JBL do dia a dia e a maior parte dos fones que já testei), e sim uma voz — em inglês, com um sotaque britânico comicamente forte — literalmente anunciando esses alertas.

Inicialmente, eu gostei dessa abordagem, uma vez que ela não me exigia ficar lembrando o que significava cada toque sonoro. Algum tempo depois, entretanto, a voz começou a me incomodar, por representar uma interrupção muito mais “significativa” na sua música do que um sinal sonoro discreto — seria interessante a Sennheiser adicionar uma opção no aplicativo do fone para alternar entre esses dois comportamentos numa atualização futura.

Falando em aplicativo, sim, temos aplicativo: o Sennheiser Smart Control, que serve para este e uma série de outros fones da marca.

No caso específico do HD 250BT, não há uma gama muito complexa de controles: basicamente, o que você pode fazer é alterar o equalizador do fone, numa interface bem intuitiva — você pode optar pelo ajuste dinâmico, arrastando uma bolinha única pela interface até encontrar seu equilíbrio desejado, ou ajustar cada elemento do som individualmente, como num equalizador tradicional. É possível salvar presets para aplicação posterior, inclusive.


Ícone do app Sennheiser Smart Control
Sennheiser Smart Control de Sonova Consumer Hearing GmbH
Compatível com iPhones
Versão 4.8.0 (294.9 MB)
Requer o iOS 13.0 ou superior
GrátisBadge - Baixar na App Store Código QR Código QR

Som e microfone

Em relação ao som, vamos deixar claro logo de cara que eu não sou, nem tenho pretensão em ser, um audiófilo — tentarei, portanto, descrever aqui minha impressão do som do HD 250BT da forma mais precisa possível, mas sem entrar nos aspectos mais técnicos ou apurados da experiência auditiva.

O fato é que, no geral, o som dos fones me agradou bastante. Meu receio inicial era de que a sensação de relativa fragilidade do produto fosse transportada para a sua performance sonora, mas eu estava enganado: o HD 250BT entrega um áudio bastante equilibrado, com a percepção bem nítida de uma “arena sonora” que preenche os seus ouvidos.

Na tradição da Sennheiser, estes não são fones que colocam os tons graves no talo para simular um “impacto” sonoro artificial — todas as frequências têm um tantinho de atenção, e a minha experiência sonora com “Give Life Back To Music”, do Daft Punk (que é a minha canção oficial para testar fones de ouvido), foi excelente, com reprodução cristalina da cascata sonora meticulosamente orquestrada pela saudosa dupla francesa.

Se você quer uma comparação, o fone da Sennheiser saiu-se na frente em relação ao JBL TUNE 500BT que eu tenho aqui em casa: minha impressão é de um som mais “completo”, que envolve o ouvinte sem tirar a ênfase precisa de cada vocal ou instrumento. O HD 250BT também tem, claro, a vantagem do aplicativo, que permite ajustar a experiência para uma reprodução mais próxima da sua expectativa.

O fone conta ainda com um (único) microfone onidirecional para capturar sua voz em chamadas. Ele cumpre sua função, mas não espere nada além do básico — o HD 250BT não é focado em comunicação, e meus interlocutores receberam uma voz mais definida e cristalina quando eu usei os microfones embutidos do MacBook Air. Ainda assim, o componente quebra um galho, com definição aceitável e sem captação exagerada de ruídos.

Conectividade e bateria

Não espere aqui qualquer tipo de recurso especial de conectividade: o HD 250BT traz o bom e velho Bluetooth 5.0, sem truques de conexão rápida ou troca rápida de dispositivo. Não é nenhum fim do mundo, mas em tempos de AirPods, faz falta uma solução mais amigável para conectar seus fones ao computador ou celular.

O fone da Sennheiser também não tem entrada de 3,5mm, então você só pode utilizá-lo via Bluetooth. A única conexão física aqui é a porta USB-C de carregamento, mas o produto não permite que você conecte um cabo diretamente ao Mac, por exemplo, para utilizá-lo em modo com fio — a conexão serve somente para você completar a bateria, mesmo.

Falando em bateria, aqui reside uma das principais promessas da Sennheiser: a empresa afirma que o fone pode sobreviver por até 25 horas de uso em uma carga.

Nos meus testes, o HD 250BT chegou bem perto disso — consegui usá-lo por cerca de duas semanas (de segunda a sexta-feira), numa média de duas horas por dia, chegando ao último dia com um aviso de bateria fraca. É um desempenho muito melhor que o dos meus fones JBL, que no início da segunda semana já estariam pedindo água (e um mundo de diferença em relação a earbuds como os AirPods, embora essa seja, claro, uma comparação injusta).

Veredito

No geral, a experiência com o HD 250BT me agradou. Superada a impressão inicial não muito positiva (bem como os anúncios de voz um tanto quanto intrusivos), o fone proporcionou uma experiência bastante satisfatória em dois dos pontos que, pessoalmente, considero mais importantes — o conforto e a qualidade do som.

Pela faixa de preço em que se insere, o lançamento da Sennheiser é uma opção interessante a se considerar — desde que você ajuste suas expectativas, obviamente: se você está procurando materiais nobres ou recursos avançados de conexão e personalização, este não é o fone para você (e você certamente terá de aumentar seu orçamento para chegar aonde deseja).

Para todos os outros casos, eis aqui um bom produto. Ele pode ser encontrado neste momento por R$379 no KaBuM!, sem dúvida nenhuma uma excelente oportunidade.

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