Após o lançamento dos iPhones 6s e 6s Plus, na tarde de ontem, a Bloomberg publicou uma matéria contendo vários trechos de entrevistas realizadas com executivos da Apple. Jony Ive, executivo-chefe de design da empresa, foi obviamente o primeiro a ser citado no texto, que destaca primariamente a tecnologia 3D Touch.
“É algo que estamos trabalhando há muito tempo”, contou Ive ao repórter Josh Tyrangiel. Segundo os executivos da Apple, criar experiências para o iPhone usando tecnologias de sensibilidade de pressão na tela precisava demonstrar enorme utilidade no dia-a-dia, especialmente para tentar agilizar a manipulação do dispositivo entre várias tarefas.
Phil Schiller, responsável pelo marketing de produtos da Apple, ressaltou a Tyrangiel o quanto o tempo de trabalho na criação de um iPhone com 3D Touch foi voltado a fazer da novidade uma solução para os usuários. “Em termos de engenharia, construir o hardware para uma tela que faz isso é inacreditavelmente difícil. Vamos desperdiçar um ano inteiro de engenharia — na verdade, dois — a um tremendo custo de engenharia e produção se não fizermos algo que vamos usar”, disse.
Com a parceria da Corning, a Apple criou um vidro diferente dos demais existentes atualmente no mercado para celulares. Nos gestos comuns, ele funciona como estamos acostumados, mas para o reconhecimento de pressão, foram integrados 96 sensores ao sistema de retroiluminação da tela Retina dos novos iPhones. Eles trabalham medindo a distância entre eles mesmos e o vidro sensível dos aparelhos no momento em que o usuário pressiona um dedo sobre ele; a partir disso, o iOS combina os cálculos desses movimentos com sinais do sensor de toque, tornando possível que o movimento dos dedos acompanhe a imagem representando a interação com elementos na tela.
Por si só, a nova tecnologia para a tela apenas reconhece força. Para que as interações do usuário se tornassem bem sucedidas, a Apple integrou o Taptic Engine para dar possibilidade de o software na tela expressar feedback sobre o que está sendo feito. Os dois níveis de pressão (chamados de “peak” e “pop”) criados para os novos iPhones são acompanhados de vibrações leves de 10 e 15 milissegundos, respectivamente.
O resultado preliminar desta construção gerou opiniões variadas entre a mídia especializada, que teve a oportunidade de testar as novidades da Apple após o lançamento desta quarta-feira.
O TechnoBuffalo mostrou-se animado com as ações rápidas proporcionadas na Tela Início para os novos gestos, bem como dentro de apps nativos. Por outro lado, a WIRED preocupa-se com a rapidez da adoção — afinal de contas, os desenvolvedores de apps para iOS levarão tempo para oferecer novidades em seus produtos que aproveitem esse novo potencial. O The Verge chega a dizer que atuais usuários do iPhone 6 nem precisam se preocupar em migrar.
A experiência de uso do iPhone é guiada por apps; por mais que a Apple faça questão de avançar nos seus softwares junto de cada lançamento de produto, usuários ganham a percepção final disso nas soluções que os acompanham no dia-a-dia, bem além do trivial oferecido no iOS. O 3D Touch é bom, mas pode se tornar muito melhor; a missão de levar isso à frente está nas mãos que uma comunidade de mais de 11 milhões de pessoas e empresas, que não sabiam de nada disso até poucas horas atrás — mas agora, são convocadas a considerar.
Há mais na matéria na Bloomberg dito por outros executivos, incluindo Alan Dye, vice-presidente responsável pelo design de software da Apple. Vale a pena seguir por lá a leitura (em inglês).