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Crise? Ministério Público Federal “investe” mais de R$13 milhões em smartphones, sendo a maioria iPhones 6 [atualizado]

Estamos passando por um momento muito turbulento no Brasil. Crise, mesmo. Empresas demitindo, impostos subindo, inflação nas alturas… Se você se interessa minimamente por isso sabe que o cenário não está nada, nada bom e que, na teoria, o próprio governo está apertando o cinto para evitar gastos desnecessários.

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Tudo no Brasil é caro, mas quando uma contratação [PDF] de serviços de telefonia para o Ministério Público Federal estimada em cerca de R$2 milhões ultrapassa o valor de R$13 milhões

A notícia foi compartilhada pelo GuardianDF e traz detalhes interessantes. Há, por exemplo, quatro categorias de aparelhos para os milhares de servidores beneficiados: smartphones tipo A (exclusivos da Apple, sendo iPhone 6 ou superior), smartphones tipo B (como Sony Xperia, Motorola Moto G e Nokia Lumia 730), modem USB e cartões SIM (para serem utilizados em iPads).

iPhone 6s com a bandeira do Brasil

Não vou questionar se vale ou não equipar tais servidores com smartphones pois aí já é demais, afinal, o mundo está digital e seria até bom que essas pessoas tivessem mesmo mais agilidade para resolver problemas — um smartphone sem dúvida ajuda nisso. Mas qual seria a justificativa do MPF para adquirir aparelhos desse porte em um momento de crise, como esse? Afinal, sabemos como iPhones custam caro aqui no Brasil.

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Eis a explicação:

A opção por dispositivos do fabricante Apple (iPhone 6 ou superior) se deu em função do parque já existente, garantindo que o investimento, as pesquisas e as implementações já realizadas permaneçam incorporadas ao patrimônio, tangível e intangível da instituição, além de garantir a entrega de serviços já familiares aos usuários e com níveis de segurança satisfatórios.

A categoria 1 (a de aparelhos mais caros) é a que possui mais servidores. Para completar, alguém por favor me explica uma coisa: se esses servidores estão equipados com iPhones 6, Sony Xperias, Moto Gs, etc., por que cargas d’água ainda enviam SMS? Ou pior, MMS? Será que esse povo não conhece WhatsApp, Telegram, etc.?

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Eu questiono isso por um simples motivo. Do orçamento de mais de R$13 milhões, temos cerca de R$252 mil destinados a envios de SMS e outros R$118 mil a envio de MMS. Em pleno 2016. Nada, nada justifica isso. Ainda mais levando em consideração que os servidores com smartphones tipo A terão 10GB de internet por mês e os com smartphones tipo B, 2GB.

Este benefício se junta a outros tantos como férias remuneradas de 60 dias, recesso de 20 dias, auxilio moradia, entre outros.

E quem paga o pato? Esta é fácil de responder… 🇧🇷

Atualização · 14/02/2016 às 21:49

O leitor e servidor Julio Silva nos enviou um email informando que os iPhones citados na matéria são para procuradores, autoridades (membros). Os servidores públicos de lá (como ele próprio) compram aparelhos do próprio bolso. De acordo com o Julio, a licitação não atinge ou sequer contempla servidores do órgão, apenas autoridades.

As autoridades (os procuradores) são os beneficiados. […] Eu também repudio o abuso e falta de vergonha na cara com dinheiro público. Reafirmo: os servidores não recebem iPhones. Quando querem, têm que comprar como qualquer outro brasileiro. Os procuradores é quem recebem iPhones de graça, fornecidos pelo Ministério Público Federal.

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