Em uma entrevista extensa para a Univision, em espanhol, Eddy Cue (vice-presidente sênior de softwares e serviços para internet) falou [Google Tradutor] sobre o caso Apple vs. FBI.
Cue repetiu tudo o que já ouvimos até aqui sobre o caso — até porque, Tim Cook (CEO) e mais recentemente Craig Federighi (chefão de softwares da Apple) também já abordaram o assunto —, mas ainda assim vale conferir alguns destaques do bate-papo.
Assim como Cook, Cue tem bastante receio do que acontecerá no futuro caso a Apple seja forçada a criar uma versão do iOS menos segura para que o FBI consiga ter acesso aos dados do iPhone em questão utilizado pelo terrorista. Para Cue, existem muitas coisas que a Apple não pode fazer hoje (como ter acesso à câmera e ao microfone dos aparelhos). E o que garante que o governo, um dia, não forçará a empresa a criar ferramentas para ter acesso a isso?
O executivo também resumiu bem a questão com uma metáfora bastante esclarecedora:
O que eles querem é que a gente entregue uma chave para a porta dos fundos da sua casa, mas nós não temos a chave. Como não temos, eles querem que a gente troque a fechadura. Quando alterarmos a chave principal, ele mudará para todos. E nós teremos uma chave que abre todos os telefones. E essa chave, uma vez criada, não existe só para nós. Terroristas, criminosos, piratas, muitos encontrarão a chave para abrir todos os telefones.
Para justificar isso, Cue disse que o próprio governo, nos últimos anos, perdeu mais de 5 milhões de impressões digitais de seus funcionários. “Eles perderam centenas de milhões de números de crédito, sistemas financeiros. Esse problema está acontecendo mais e mais e mais. E a única maneira que temos para nos proteger é fazer com que o telefone seja mais seguro.”
Falando sobre o trabalho da Apple em deixar a segurança do iOS ainda melhor, Cue disse que os seus engenheiros são contra terroristas e criminosos, afirmando que a empresa tenta proteger usuários desse tipo de pessoa.
Queremos ajudar [o governo]. Eles têm um trabalho muito difícil, estão lá para nos proteger. Então, nós queremos ajudar tanto quanto possível, mas não podemos ajudá-los de uma forma que ajudará ainda mais criminosos, terroristas e piratas.
Se você se interessa pelo assunto, vale a pena conferir a entrevista.
[via Business Insider]