Nós, que sempre estamos esperando por novidades em hardware e software da Apple, talvez não nos demos conta dos esforços aplicados por trás de tudo isso. O Apple Music, por exemplo, chegará para nós redesenhado no iOS 10, mas a grande investida mesmo está nos “bastidores”, onde a Maçã não mede esforços para ganhar a batalha do streaming musical. Em entrevista para a Rolling Stone, os responsáveis pelo serviço, Jimmy Iovine e Larry Jackson (que comanda o conteúdo original), falaram um pouco sobre as estratégias usadas para sairem na frente.
Dos investimentos que a gigante de Cupertino já fez, estão listados o videoclipe “Hotline Bling” (do rapper Drake), o show da turnê mundial do álbum “1989” (Taylor Swift) — que é exclusivo do Apple Music —, o videoclipe da música “Can’t Feel My Face” (Weeknd) e da música “Phenomenal” (Eminem), todos financiados pela Apple. Em uma boa surpresa, Jackson citou também que o próprio Tim Cook esteve envolvido na produção do videoclipe “Borders” (da cantora M.I.A.) — o qual também foi financiado pela empresa.
Jackson tem contribuído bastante para a abordagem mais inovadora da empresa e, segundo ele, a inspiração vem do seu trabalho anterior na Interscope Records, onde também trabalhou em parceria com Iovine. Naquele tempo, quando assinaram com Lana Del Rey, ele preferiu não fazer nenhuma propaganda na rádio — somente em vídeo — pois a cantora era uma artista “vinda da internet, para a internet”. O resultado disto foi o álbum “Born to Die” ganhando disco de platina e ficando em segundo lugar na Billboard.
Iovine também é responsável por muitas escolhas assertivas que ajudam o serviço de streaming da Maçã a se destacar em muitos aspectos. Mencionando o caso do rapper Chance, que teve seu álbum “Coloring Book” disponível exclusivamente para o Apple Music e sequer tinha gravadora, Iovine disse: “Nós gostaríamos de ser o lugar onde eles podem fazer a coisa deles.”
Na corrida por exclusividade, também houve alguns percalços pelo caminho. Por exemplo, ao tentarem pescar o álbum “The Life of Pablo” do rapper Kanye West, ele acabou recusando a oferta, indo exclusivo para o Tidal. “No fim, ele queria trabalhar com seu amigo”, disse Iovine. Entretanto, depois de seis meses o álbum já estava no Apple Music e West garantiu para si um belo de um processo.
Olhando os números divulgados por cada empresa, podemos observar o Spotify liderando com 30 milhões de assinantes pagos, que é o dobro dos 15 milhões garantidos pelo Apple Music. Já o Tidal, que conta com grandes artistas como Beyoncé, Rihanna e Kanye West, possui 3 milhões de usuários pagos. Entretanto, a indústria não contava com a astúcia da Maçã porque “a Apple, que vale mais de US$586 bilhões, tem algo que nenhuma das empresas têm: dinheiro” — como sabiamente aponta a matéria da Rolling Stone.
Por este motivo, até gravadoras têm reconhecido seu grande potencial. Monte Limpmam, da Republic Records (gravadora de artistas como Weeknd e Ariana Grande) —, disse que a “Apple é sexy” e que ela “está preparada para fazer coisas que ninguém nunca fez. Ultimamente, eles têm sido muito inteligentes ao nos oferecer oportunidades que consideramos inovadoras”.
O grande intento de quem está por trás de tudo isso — como explica Jackson — é fazer com que a Apple esteja na “intercessão de tudo o que é relevante na cultura pop” e adiciona dizendo que sua filosofia é “pegar e fazer”. Ele revelou que segue o modelo da MTV nos anos 1980 e 1990: “Você sentia como se Michael Jackson ou Britney Spears viviam lá. Como você evoca emocionalmente esse sentimento nas pessoas?”
Além dos que já foram citados, a Maçã também garantiu conteúdos originais de Keith Richards, Selena Gomez, The Black Eyed Peas, entre outros. Mas as investidas da Apple não vão parar por aí: logo aparecerão pelo serviço conteúdos originais em vídeo como a série “Vital Signs”, do Dr. Dre, e um documentário de seis episódios coproduzido pelo Vice.
Ou seja, definitivamente, eles não estão para brincadeira. 😛
[via 9to5Mac]