A disputa entre os serviços de streaming de música tem se tornado cada vez mais acirrada e os competidores fazem fortes investidas para atraírem assinantes para as suas respectivas plataformas. O TIDAL e o Apple Music, por exemplo, escolheram a estratégia de terem conteúdos exclusivos de alguns artistas. Mas até onde esse tipo de jogada é boa para os artistas e para os usuários?
O Spotify, considerado o maior dos serviços de streaming da atualidade com 30 milhões de assinantes (e um total de 100 milhões de usuários, contando com os que não pagam), começou a ter uma grande rivalidade com o serviço da Maçã desde o lançamento do Apple Music, há pouco mais de um ano. Já com metade dos assinantes do Spotify (15 milhões), o Apple Music tem crescido bastante e muito disso se deve aos acordos de exclusividade de diversos grandes artistas. Por isso, uma notícia deveras peculiar circulou pela internet.
De acordo com algumas fontes da Bloomberg, o Spotify estaria “punindo” os artistas que têm acordo de exclusividade com o Apple Music ou o TIDAL, fazendo com que eles fossem mais difíceis de se achar nas buscas do serviço. Uns alegaram que isso já ocorria há um ano e outros disseram que essa conduta foi adotada há apenas alguns meses. Prontamente, o Spotify se pronunciou, dizendo que as alegações eram “inequivocamente falsas”.
Apesar do título, o maior serviço de streaming musical está longe de ser o mais lucrativo. Isto porque, dos US$2 bilhões que ele arrecada, 55% é destinado às gravadoras. Portanto, os números do Apple Music — e o bolso da Apple — estão cada vez mais ameaçadores, principalmente porque o Spotify está em período de renovação de contratos com as diversas gravadoras pelo mundo. Para que seu status permaneça, ele precisa conseguir negociar termos mais duradouros a fim de atrair investidores.
Mesmo com o constante crescimento, o Apple Music pode enfrentar alguns percalços pelo caminho depois que a grande Universal Music resolveu suspender as negociações com o serviço. Isso aconteceu pois Frank Ocean optou por lançar seu esperado álbum “Blonde” exclusivamente no serviço da Maçã a partir de sua própria gravadora, deixando de fora a Def Jam (do grupo Universal Music), com quem permaneceu por muitos anos.
No meio de toda essa guerra estão os usuários e os artistas. Se uma pessoa se interessa por artistas que disponibilizam novos conteúdos exclusivamente em serviços diferentes, ela tem duas opções: assinar os dois e gastar mais ou assinar apenas um e perder o conteúdo do outro. Como é muito mais provável que a segunda opção seja escolhida (o bolso sempre fala mais alto), tanto usuários quanto artistas acabam perdendo, de certa forma. A não ser que algum serviço acabe “vencendo” essa disputa, isso ainda trará muita dor de cabeça aos envolvidos, incluindo nós.
[via 9to5Mac]