Antes de falar do mouse em si, deixa eu contar um pouco (resumidamente) a minha história com mouses mice.
Mice da Apple
Tudo começou em 2005, quando eu tive o meu primeiro contato com um Mac (mais especificamente, um iMac G5). Era a minha máquina de trabalho (eu estava estagiando em uma agência de eventos e lá só havia Macs).
Esse iMac vinha com um Mighty Mouse — e, acredite se quiser, a Apple vende essa “belezura” até hoje. Minha experiência com esse mouse foi a pior possível; eu tinha uma capacidade excepcional de sujar a bolinha/scroll e, ao menos uma vez por semana (muitas vezes mais), tinha que parar o que estava fazendo para tentar limpar e ressusitar a maldita bolinha.
Depois do Mighty Mouse a Apple nos presenteou com o Magic Mouse, o qual eu utilizei até o início deste ano. Eu gostava dele, mas duas coisas me incomodavam bastante: a retirada dos botões laterais e central (a bolinha servia como botão, também), e a incapacidade do mouse de funcionar em alguns tipos de superfície. Apesar de a superfície multitoque e a possibilidade de fazer vários gestos para, por exemplo, mudar de Space, avançar/retroceder páginas no navegador, fazer scroll horizontal, entre outras coisas, ter apenas dois botões (esquerdo e direito) era muito pouco.
Quando começaram a surgir os rumores do Magic Mouse 2, eu realmente fiquei animado com a possibilidade de o novo mouse da Apple vir cheio de recursos bacanas (mais botões, Force Touch, Touch ID, etc.). Mas, para a minha decepção, tudo o que vimos foi a troca das pilhas recarregáveis por uma bateria interna e a adição de uma porta Lightning embaixo do mouse, acabando com a possibilidade de utilizarmos o produto enquanto ele é recarregado (algo que o Magic Keyboard e o Magic Trackpad 2, por exemplo, permitem).
Nesse momento eu decidi abandonar o mouse da Apple e partir para uma outra solução. Analisando bastante o mercado, fiquei em dúvida entre dois modelos, ambos da Logitech: o MX Master e o MX Anywhere 2.
A minha escolha
Apesar de o MX Master ser mais completo, eu sempre gostei de mouse pequeno (o da Apple, por exemplo) e a ideia de ter um trambolho como ele não me apeteceu muito. Levando em conta ainda que o MX Anywhere 2 tem praticamente os mesmos recursos (mais sobre isso abaixo), é bem menor, tem uma bateria com uma vida útil um pouco melhor e é mais barato, optei por ele mesmo.
Design e recursos
O design dele é bem bonito, inteligente e funcional. Ele pode, sim, ser pequeno para pessoas que têm mãos grandes, mas para mim o encaixe é perfeito. Sem contar que, por ser pequeno, eu consigo colocar ele em qualquer bolso dentro da minha mochila quando vou viajar.
A primeira grande diferença dele para o Magic Mouse é o funcionamento em praticamente todos os tipos de superfície (até mesmo vidro e mesas altamente brilhantes) graças ao rastreamento a laser Darkfield. É sério, funciona em qualquer lugar — obviamente em alguns o rastreamento não fica 100% preciso como em uma superfície boa/lisa, mas ainda assim a possibilidade de conseguir trabalhar em praticamente qualquer lugar é ótima!
Segundo a Logitech, o grande diferencial da Darkfield para outras tecnologias (mice óticos e a laser) é que, enquanto esses usam as irregularidades das superfícies para gerar o rastreamento dos movimentos, a Darkfield usa os menores detalhes possíveis para criar um micromapa da superfície.
Outro enorme diferencial dele em relação ao mouse da Apple são os botões: enquanto no da Maçã temos apenas dois, no MX Anywhere 2 temos sete! E o bom é que, graças ao utilitário Logitech Options, você pode personalizar todos eles da forma que bem entender.
Personalização, aliás, é algo que a Logitech levou a sério, nos permitindo até mesmo mudar o comportamento dos botões a depender do app que você está usando (algo muito, mas muito útil)!
Sem contar que o botão central (o que fica localizado logo acima do indicador de bateria), na verdade, funciona como um botão de cinco opções: você pode ajustá-lo para ter um comportamento ao apertá-lo, ao apertá-lo e arrastar para a esquerda, para cima, para a direita e para baixo.
Um ponto “negativo” que eu preciso comentar é a rolagem. Nesse quesito, o Magic Mouse é imbatível pois temos uma superfície multitoque lisa. Por conta disso, a rolagem no mouse da Apple é tão precisa e agradável quanto a dos trackpads embutidos nos MacBooks [Air/Pro]. Nele, você tem como controlar perfeitamente a velocidade da rolagem.
No MX Anywhere 2 nós temos duas opções de rolagem com a rodinha. A primeira eu chamo de “roda solta” — ela permite rolarmos por longos documentos ou páginas web com mais rapidez e facilidade; ao pressionar a rodinha entra em cena a segunda opção, a qual eu chamo de “roda presa” (para a Logitech, estamos falando do modo clique-a-clique) — que permite uma navegação mais precisa.
É difícil exemplificar com palavras o comportamento desses dois modos, mas a verdade é que nenhum deles consegue ser tão perfeito quanto o que temos no Magic Mouse. No “roda solta”, apesar de podermos navegar por longos documentos de forma rápida, falta um pouco de precisão; no modo “roda presa”, temos uma boa precisão (ainda que não seja perfeita) mas falta um pouco de agilidade em alguns momentos. É bem simples trocar entre os modos (basta pressionar a rodinha), mas ainda assim você precisa fazer essa troca manualmente.
Conexão
Você pode conectar o MX Anywhere 2 ao seu Mac/PC de duas formas: pelo Logitech Unifying (um receptor USB bem pequeno que você coloca no seu Mac para fazer a ponte com o mouse) ou pelo Bluetooth Smart. Eu, é claro, optei pelo Bluetooth já que dessa forma não preciso ocupar uma porta USB do meu Mac 100% do tempo. Mas para quem tem um computador antigo, sem Bluetooth Smart, saiba que é possível usar o MX Anywhere 2 tranquilamente graças a esse receptor.
Além disso, o mouse permite que você o emparelhe com até três computadores e alterne tudo de forma bem simples e rápida graças à tecnologia Easy-Switch. Não é o meu caso, que tenho apenas um computador. Mas para quem tem um em casa e um no trabalho, por exemplo, esse recurso é uma mão na roda já que você pode alternar a conexão do seu mouse com o Mac simplesmente apertando um botão.
Aqui, o segundo e último ponto negativo: de vez em quando, ao tirar o seu computador do repouso (sleep), o mouse perde a conexão com o Mac e não volta por nada. Basta desligar/ligar o mouse para que tudo volte ao normal, mas não deixa de ser algo “chato” (que acontece bem pouco, é bom deixar claro).
Bateria
Segundo a Logitech, a bateria do MX Anywhere 2 dura até 2 meses com uma única recarga. Esse cálculo deles, porém, leva em consideração uma utilização média de 6 horas por dia. Como o meu uso é bem mais intenso do que isso, acaba que dura menos (diria que pouco menos de um mês).
Só que, diferentemente do Magic Mouse 2, recarregar o MX Anywhere 2 é muito prático: basta espetar o cabo USB/Micro-USB nele e continuar usando o mouse sem nenhum problema (algo impossível com o mouse da Apple).
MX Anywhere 2 vs. MX Master
Os diferenciais do MX Master para o MX Anywhere 2 são: diferença no tamanho/peso (8,5×12,6×4,8cm1Altura, largura e profundidade. e 145 gramas vs. 6,1×10,0x3,4cm e 106 gramas), uma rodinha extra para rolagem horizontal, oito botões em vez de sete e troca automática dos modos de rolagem. Explico: no MX Master, se você rolar a rodinha com bastante força — na verdade você que determina essa intensidade no utilitário da Logitech —, ela faz a troca automática do modo “roda presa” para o “roda solta”; depois que a rodinha desacelerar e parar, volta ao modo “roda presa”.
Bônus: suporte
Para nós, que estamos acostumados com o nível de suporte da Apple, não é fácil trocá-la por outra empresa. A boa notícia é que o suporte da Logitech é tão bom quando o da Maçã. De verdade.
Óbvio que problemas podem acontecer — ora, tem gente que sofre com o suporte da Apple, conhecido por ser ótimo —, mas no geral, a satisfação com a Logitech é muito grande pois ela não peca em nada. Se o seu produto apresentar algum problema dentro da garantia de um ano e tudo for devidamente constatado por eles, a empresa manda você destruir o produto defeituoso (sim, destruir mesmo!) e rapidamente envia um novo para você. Coisa de primeiro mundo.
Conclusão
Apesar de não ter experimentado muitos mice na minha vida, não tenho dúvida nenhuma de que o MX Anywhere 2 é um dos melhores que existem atualmente no mercado. Se você está buscando um mouse bastante portátil, com muitos recursos e um nível de personalização bem avançado, não vai se arrepender nem um pouco em optar por ele. Pode confiar. 😉
de Logitech
Cor: preta (detalhes em dourado)
Bateria: até 2 meses de duração
Compatibilidade: Macs (com portas USB e/ou com Bluetooth Smart)
E, para facilitar a sua vida, nós gostamos tanto do mouse que resolvemos colocá-lo à venda na MM Store. Sim, entre agora na nossa loja e adquira logo o seu pela metade do preço de um Magic Mouse 2 — e corra, pois o estoque é limitado!
Notas de rodapé
- 1Altura, largura e profundidade.