A coisa está pegando fogo nos Estados Unidos. Ainda em seus primeiros dias de mandato como presidente do país, Donald Trump assinou na sexta-feira (27/1) um dos decretos mais polêmicos até aqui. A ordem é para banir por 120 dias a entrada de cidadãos do Irã, do Iraque, da Síria, do Sudão, da Somália, do Iêmen e da Líbia (países cuja população é, em sua maioria, muçulmana) nos EUA — inclusive dos que possuem green card e vistos H-1B.
Algo tão drástico assim obviamente afeta de forma direta inúmeras (quase todas?) empresas do Vale do Silício, que possuem empregados de todos os cantos do mundo. E seus representantes já expressaram, muitos com cautela (até demais…), descontentamento com o decreto.
Em um email distribuído internamente na Apple, obtido pelo BuzzFeed, Tim Cook lembrou que a “Apple não existiria sem imigração, nem muito menos seria bem-sucedida e inovaria como fazemos”. Steve Jobs, vale lembrar, era filho (biológico) de um imigrante sírio.
Cook continuou, na carta, afirmando que essa “não é uma política que nós apoiamos” e que as equipes da Apple de recursos humanos (RH), jurídico e segurança estão em contato com todos os empregados afetados para lhes dar apoio/orientações. “A Apple é aberta. Aberta a todos, não importa de onde venham, que idioma falem, quem amem ou quem admirem. Nossos empregados representam os melhores talentos no mundo, e nosso time os saúda de cada canto do globo”, concluiu Cook.
O BuzzFeed também está reunindo outras declarações semelhantes de empresas como Microsoft, Google, Uber, Tesla, Facebook, Netflix, Lyft, Twitter, etc.
Felizmente, enquanto eu ainda estava escrevendo este artigo aqui para o MacMagazine, uma juíza federal americana suspendeu — ao menos temporariamente — a validade do decreto de Trump. Não é o fim do caso, mas já é uma conquista do povo contra a xenofobia de Trump.