O novo MacBook Pro, lançado no fim do ano passado, causou um certo alvoroço negativo pelo fato de ser um “Pro” mas não ter as portas que seriam normalmente mais utilizadas por um público profissional. Em vez das entradas/saídas usuais, a Apple colocou no seu mais novo portátil a chamada Thunderbolt 3 — e somente ela (se desconsideramos a saída para fones de ouvido).
Como já explicamos aqui, existe uma razão para isso: a Thunderbolt 3 tem a possibilidade de se conectar a uma infinidade de dispositivos diferentes (vídeo, áudio, energia, etc.) e o seu desempenho é muito acima do que há hoje no mercado (transferências de até 40Gbps, enquanto as demais vão até 10Gbps). Muitos disseram, entretanto, que esta foi uma decisão “arriscada” e “futurista” da Maçã, já que nem tão cedo veríamos a interface Thunderbolt 3 sendo adotada amplamente. Porém, se depender da Intel, essa realidade vai chegar mais cedo do que imaginamos.
Em um comunicado oficial, a empresa revelou que pretende integrar a Thunderbolt 3 nativamente nos seus próximos modelos de CPUs1Central processing units, ou unidades centrais de processamento..
Com o Thunderbolt 3 integrada à CPU, fabricantes de computadores podem criar sistemas mais finos e mais leves com apenas as portas Thunderbolt 3. Pela primeira vez, todas as portas de um computador podem ser as mesmas — qualquer porta pode carregar o sistema e se conectar a dispositivos Thunderbolt, a cada monitor e a bilhões de dispositivos USB.
O líder de desenvolvimento de Thunderbolt da empresa, Jazon Ziller, contou à WIRED que isso “vai proporcionar uma grande ampliação na adoção e na implantação da Thunderbolt 3 em PCs”.
Além disso, algo que pode frear a adoção desta interface são os altos preços dos seus cabos. Ziller afirmou que sempre consideram o custo e continuam fazendo o que podem para tentar diminuir os preços. Para dar um empurrãozinho neste aspecto, a outra grande jogada da Intel será disponibilizar o protocolo de especificação do Thunderbolt 3, para toda a indústria, sob uma licença não-exclusiva, isenta de royalties. Ziller disse que “isso fará com que haja uma adoção maior ao ecossistema, com diversos periféricos e outros dispositivos”. A Intel disse que iniciará a isenção até o fim do ano.
Pelo visto, a intenção da Intel é puxar toda a indústria para fazer como a Maçã e utilizar apenas um tipo de porta para tudo. Dan Riccio, vice-presidente sênior de engenharia de hardware da Apple, comentou a iniciativa da empresa parceira:
A Apple e a Intel têm colaborado no Thunderbolt desde o início e, como líder do setor na sua adoção, aplaudimos os esforços da Intel para integrar a tecnologia Thunderbolt aos seus processadores e abri-la para o resto da indústria.
Mas não é somente a Apple, não! De acordo com a Intel, a Microsoft também já está em processo de incorporar a Thunderbolt 3 nos dispositivos Windows, assim como esperam que “mais de 150 periféricos” já adotem isso até o fim de 2017.
O conector Thunderbolt 3 que conhecemos hoje foi desenvolvido por diversas empresas em um consórcio, entre elas a Apple e a Intel. Há sete anos, publicamos sobre como a tecnologia Light Peak tentava implementar transferências de até 10Gbps a conexões de dados, vídeo, áudio, etc. Parece que a Intel conseguiu ir além e continua se esforçando para levar isso ao mundo.
Se a Thunderbolt 3 emplacar tanto como a USB-A que conhecemos — e, por sua capacidade, assim esperamos que aconteça —, logo a veremos em diversos computadores e outros dispositivos!
via AppleInsider
Notas de rodapé
- 1Central processing units, ou unidades centrais de processamento.