Neste, mês, o iPhone completa 10 anos de vida. O smartphone que mudou o mundo é, sem dúvidas, o carro-chefe da Apple há bastante tempo. Por estar nessa posição, é de se esperar que o dispositivo seja o queridinho de Cupertino e receba bastante atenção, sendo o responsável por introduzir novas tecnologias que são criadas nos laboratórios da companhia. Foi assim, por exemplo, com a tela Retina, o Touch ID, a Siri e com muitas outras tecnologias que aterrissaram primeiro no smartphone para, depois, serem expandidas para outros produtos da linha como iPads, Apple Watches e Macs.
É claro que existem recursos/tecnologias que não necessariamente serão utilizadas em todos os produtos da empresa. Algumas, como suporte ao Apple Pencil e o Smart Connector, fazem mais sentido em um iPad do que em um iPhone. Mas há, sim, aquelas que transcendem uma linha específica de produto e se espalham pelos pomares de Cupertino. E, apesar de o caminho natural ser sempre primeiro o iPhone (pelas razões já citadas), algumas tecnologias foram, sim, introduzidas no iPad.
Confira uma lista com cinco exemplos:
1. Tela True Tone e ampla gama de cores (P3)
O True Tone, para quem não sabe, é um recurso que usa sensores avançados de multicanal para ajustar a cor e a intensidade da tela para corresponder à luz ambiente. Dessa forma, as imagens ficam com um aspecto mais natural, independentemente se você está num quarto com luz branca ou à beira da piscina debaixo do sol.
Tal recurso foi lançado pela Apple no iPad Pro de 9,7 polegadas, em março de 2016, e simplesmente não deu as caras no iPhone 7 (lançado alguns meses depois, em setembro de 2016) — obviamente, há rumores de que a tecnologia finalmente chegará ao iPhone neste ano, com o lançamento do “iPhone 8”.
Já a ampla gama de cores (P3) nos dá uma precisão muito próxima de perfeita, cobrindo não apenas o padrão sRGB mas também o DCI-P3 (utilizado por TVs 4K). Trata-se do mesmo espectro de cores usado pela indústria de cinema digital, mais ampla e com até 25% mais saturação de cor — ou seja, cores mais vibrantes e realistas. E ela seguiu o mesmíssimo caminho da tela True Tone, chegando ao iPhone após dar as caras nos iPads Pro.
2. Alto-falantes estéreo
Os alto-falantes estéreo deram as caras primeiro no iPad Pro de 12,9 polegadas. É claro que o tamanho do dispositivo facilitou bastante as coisas para que a Apple pudesse colocar quatro alto-falantes no tablet, tornando-o o primeiro dispositivo móvel da Apple a ter tal capacidade.
Depois dele, o iPad Pro de 9,7 polegadas também foi contemplado com a tecnologia e, posteriormente, o iPhone 7 (que utiliza o alto-falante inferior, ao lado da porta Lightning, e o superior, ao lado da câmera FaceTime, para distribuir o som em duas vias — a Apple diz que é o suficiente para ser considerado “estéreo”).
3. ProMotion: tela com taxa de atualização de 120Hz
A nova tela Retina do iPad Pro tem uma taxa de atualização de 120Hz. O que isso significa? Quem já brincou com um desses pode comprovar que a tela ficou mais responsiva, mais agradável e até mesmo melhor de interagir. Vídeos, filmes, jogos… tudo fica melhor e mais fluido por conta dessa taxa.
Comparativo da latência: iPad Pro com tela de 60Hz à esquerda e tela de 120Hz à direita.
O Apple Pencil, inclusive (conforme podemos ver acima), ganhou “uma nova vida” por conta dessa nova taxa, com uma latência de apenas 20 milissegundos. Vale notar que a tecnologia da Apple proporciona um ajuste automático da taxa de atualização da tela para acompanhar o movimento do conteúdo, melhorando a qualidade e reduzindo o consumo de energia.
De forma resumida, Hz é a taxa de atualizações da imagem no monitor e qps é o número de frames de uma animação na tela. Num monitor convencional de 60Hz, rodando um vídeo a 24qps, a tela em vários momentos atualiza mostrando “a mesma coisa” de forma desnecessária, gerando alguns artefatos visuais estranhos. No iPad Pro, a Apple “magicamente” igualou as duas, deixando tudo mais fluido e natural.
Essa supertela tem tudo para chegar também ao novo iPhone mas, como podemos notar, deu as caras primeiro no iPad.
4. Novas capacidades de armazenamento (256GB e 512GB)
Até então, a maior capacidade que tínhamos visto em dispositivos móveis da Apple era 128GB. E o iPhone sempre comandava esse aumento de capacidade em iGadgets. Mas aí veio o iPad Pro de 12,9 polegadas, a “consolidação” da ideia da Apple de tornar o iPad um real substituto do computador, e o primeiro dispositivo móvel da Maçã com 256GB de espaço para armazenamento disponível. Depois dele, o iPad Pro de 9,7″ também ganhou mais espaço e, posteriormente, chegou a vez dos iPhones 7/7 Plus.
Recentemente vimos a Apple dobrar as capacidades dos novos iPads Pro, oferecendo modelos de 64GB, 256GB e 512GB. Quem sabe o “iPhone 8” (e os 7s/7s Plus) venha com essa incrível capacidade — ou, quem sabe, a Apple ache muita coisa para um smartphone e mantenha a linha com 32GB, 128GB e 256GB, deixando os seus “novos computadores” com as capacidades mais parrudas. Fato é: independentemente do caminho que a Apple trilhará, esses poderosíssimos armazenamentos debutaram no tablet da Maçã.
5. Apple SIM
Nós já falamos algumas vezes aqui do Apple SIM. Trata-se de uma tecnologia integrada aos iPads Pro a qual permite que usuários escolham planos de dados de operadoras parceiras diretamente do dispositivo, sem a necessidade de ter que colocar um cartão na tradicional bandeja SIM do aparelho. De forma bem simples, é como se você tirasse o iPad da caixa e já pudesse escolher um plano de dados para ele sem precisar ter nenhum contato com uma operadora.
Há motivos para a tecnologia ainda não ter chegado aos iPhones, mas eu ainda acredito que um dia não precisaremos mais ter um chip para termos conectividade celular em um aparelho — e que veremos um Apple SIM também dentro dos iPhones.
Bônus
Não podemos deixar de comentar aqui uma outra tecnologia até hoje inexistente em iPads, que foi a principal arma de marketing no lançamento dos iPhones 6s/6s Plus mas que não nasceu no smartphone da Maçã (e obviamente, também não no tablet): me refiro ao Force Touch — que no iPhone ganhou o nome de 3D Touch.
A tecnologia que distingue a força que o usuário exerce em uma superfície sensível ao toque debutou nos trackpads do MacBook de 12 polegadas e do MacBook Pro de 13″, assim como na tela do Apple Watch de primeira geração, em abril de 2015. Apenas depois de alguns meses, em setembro daquele ano, é que a Apple a incorporou nos iPhones.
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Com o “iPhone 8”, a Apple tem tudo para retomar a introdução de novas tecnologias no aparelho, seja lançando uma câmera 3D, embutindo um sensor de impressão digital na sua tela, utilizando uma “nova” tecnologia no display (OLED ou AMOLED), entre outras coisas aguardadas para este anúncio que marcará os 10 anos do telefone que revolucionou o mundo.
Veremos o que vem por aí… 👀