O melhor pedaço da Maçã.

Em entrevista, Bruce Sewell fala detalhadamente sobre a briga da Apple com a Qualcomm

Nós temos acompanhado a briga da Apple com a Qualcomm na justiça já faz um tempo. Agora, a Bloomberg Businessweek conversou diretamente com o conselheiro geral da Maçã, Bruce Sewell, a fim de obter informações mais detalhadas sobre os bastidores da saga.

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O grande problema da Apple com a Qualcomm é a suposta cobrança de uma taxa bastante alta da Qualcoom para que a Maçã utilize os seus componentes em iPhones. Basicamente, eles cobram 5% (ou cerca de US$30) em royalties para cada aparelho vendido e ainda mais se o aparelho for mais caro (com opção de armazenamento maior), mesmo que isso nada tenha nada a ver com conectividade celular em si (componente da Qualcomm).

Já que a Qualcomm é a uma das fabricantes que mais investe em pesquisa e desenvolvimento (P&D), seus modems são os mais avançados da atualidade. Por prezar pela qualidade, a Apple preferiu optar por ela, mas permaneceu com um acordo de diminuir esse taxa para US$10 por aparelho e, em troca, não criar nenhuma contestação contra as patentes da Qualcomm.

De acordo com os documentos do tribunal, a Qualcomm teria alegado “conspiração”, pois tudo teria vindo à tona somente agora devido a uma suposta conversa entre um executivo sênior da Apple (possivelmente Tim Cook) e um executivo da Samsung (provavelmente o vice-presidente Jay Lee) na conferência Allen & Co, há dois anos. Cook teria sugerido que a empresa “pressionasse” os reguladores sul-coreanos para intensificar as investigações em cima da Qualcomm (investigações que já estavam rolando há algum tempo). Se de fato isso acontecesse, haveria uma redução dos preços dos chips, o que beneficiaria tanto a Apple quanto a Samsung.

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Apesar de toda a história, Sewell conta que “nada impróprio ocorreu”.

A Apple ter dito à Samsung “Vocês estão na Coreia e podem acompanhar este caso com cuidado” não parece ser nada além do tipo de conversa que dois CEOs podem ter.

Depois disso, o órgão sul-coreano decidiu contra a Qualcomm e ordenou mudanças no seu esquema de preços. Com o efeito bola de neve, nos Estados Unidos, a Federal Trade Commission (FTC) entrou com um processo contra a fabricante — e, em seguida, a Apple também.

Sewell explicou que a única razão pela qual a Apple esperou todo esse tempo foi, na verdade, por falta de uma segunda opção. Agora que a Maçã pode contar também com o fornecimento da Intel, o caminho está aberto para que ela procure justiça; isto é, royalties de até US$4 por aparelho, sem que haja diferenciação entre os modelos com mais armazenamento, principalmente em se tratando de conectividade celular, que é apenas um dos componentes internos, “nada especial” — afirmou o executivo.

Chip de celular

A conectividade celular é importante, mas não é tão importante quanto costumava ser. Como é justo a Qualcomm cobrar até US$5 a mais por uma tecnologia em um telefone mais caro, mesmo sendo dispositivos exatamente iguais?

O discurso é diferente do da Qualcomm, é claro. Ela afirmou anteriormente que o iPhone não existiria se não fosse pela sua tecnologia.

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Aliás, a empresa parece se gabar bastante de suas patentes e tem tentado se autopromover colocando propagandas sobre as suas invenções em podcasts e até na estação de metrô de Washington, nos EUA, com dizeres do tipo: “Qualcomm é a razão pela qual você ama o seu smartphone, não importa qual aparelho seja.”

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Para finalizar, uma das patentes da empresa que conhecemos bem foi citada pelo vice-presidente de tecnologia da Qualcomm:

Qual é a primeira coisa que você faz quando você pousa em um voo? Você desliga o Modo Avião. Por sinal, inventamos o Modo Avião.

Por mais que a Qualcomm tenha esperanças de que a Apple entre em acordo, Sewell afirmou que “isso não vai acontecer antes que a fabricante reveja o modelo de licenciamento que aplicou em toda a indústria”. Isso quer dizer que podem levar alguns anos ainda até que vejamos o final dessa novela…

Confira a entrevista na íntegra no site da Bloomberg.

via 9to5Mac

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