Tim Cook esteve na França nesta semana. Lá, se encontrou com o presidente do país, visitou vários desenvolvedores e, agora, deu uma entrevista rápida para a Konbini, criando um pouco de polêmica.
Em um compilado de respostas rápidas, Cook lembrou como a Apple sempre teve a criatividade como parte do seu DNA e que, já no primeiro Mac, existia uma equipe de músicos e artistas trabalhando junto dos engenheiros e cientistas da computação. Além disso, ele também descreveu o impacto que os aplicativos tiveram na vida dos usuários, citando o CoachGuitar (de uma das empresas que visitou no país), o qual possibilita que qualquer pessoa aprenda violão de forma acessível financeiramente — o que era muito mais difícil em outros tempos.
O CEO da Maçã também expressou a sua opinião ao afirmar que seria mais importante para um jovem francês aprender programação do que a falar inglês; isso porque a linguagem de programação pode atingir 7 bilhões de pessoas ao redor do mundo. Ele também frisou que a linguagem Swift é “tão fácil de aprender quanto os produtos da Apple são de usar”.
Depois, talvez por ter notado uma reação de quem o ouvia, ele esclareceu que não é que não devem aprender inglês, mas ele acha que a programação deve ser aprendida em escolas de todo o mundo. O que talvez o CEO possa ter esquecido é que muitos termos da própria linguagem exigem um conhecimento do inglês, caso se queira entender realmente o seu funcionamento. Como professora de inglês, penso que o estudo dos dois possa até acontecer simultaneamente, não é mesmo?
Confira abaixo a entrevista:
Londres
Agora, o CEO da Apple está em Londres e já concedeu uma entrevista para o veículo The Independent, abordando diversos assuntos como os novos iPhones, realidade aumentada e mais. Como era de se esperar, Cook não entregou os detalhes sobre o que a Apple está desenvolvendo atualmente; quando foi questionado sobre a criação de óculos para realidade aumentada, porém, ele falou algo peculiar:
Mas hoje posso lhe dizer que a tecnologia em si não existe para fazer com qualidade. A tecnologia de tela necessária, bem como colocar coisas suficientes em seu rosto — há grandes desafios nesses aspectos.
O campo de visão, a qualidade da tela em si, ainda não existe. E, como em todos os seus produtos, a Apple apenas lançará algo se achar que pode fazê-lo de uma maneira a ter qualidade.
Essa afirmação pode ser encarada de duas formas: se você é o mais pessimista dos seres, a fala pode significar que não veremos nada nesse sentido tão cedo; entretanto, se você for otimista como o brilho da manhã, pode pensar que a fala do CEO quer dizer que eles estão, sim, trabalhando em algo nesse sentido, mas ainda não acharam a solução ideal. Para deixar tudo melhor, Cook também invocou o velho discurso da Maçã de que não se trata de ser o primeiro, mas de fazer bem feito.
Focando-se no ARKit, o Cozinheiro explicou que o que faz do framework algo incrível é a capacidade do sistema de trabalhar com sensores para que, então, os desenvolvedores sejam capazes de soltar a imaginação. Ele disse que a Apple “trabalha pesado” para que os desenvolvedores possam “concentrar as suas energias em suas paixões”.
Sobre isso, o vice-presidente responsável pelo iOS na Apple, Greg Joswiak, afirmou que os competidores estão tentando imitá-los, mas eles não têm a mesma escala. Cook contribuiu, dizendo que a vantagem da Maçã é que ela controla tanto o hardware quanto o software, algo que não acontece com a concorrência.
Fechando a entrevista com chave de ouro, o CEO da Apple relembrou que tudo na vida seria melhor se todos se tratassem com dignidade e respeito — falou e disse, Cozinheiro!
Realidade aumentada
Ainda nesse assunto, a Vogue publicou uma entrevista na qual o CEO falou sobre a esperança de que a tecnologia impacte diversas áreas, incluindo o mundo da moda.
Se você pensa em um show na passarela no mundo da moda, essa é uma ótima aplicação de AR porque em alguns casos, você quer ver o vestido completo, você não quer apenas ver a frente dele.
Além disso, Cook afirmou que a realidade aumentada também seria muito bem utilizada em lojas, com usos do tipo “aponte e compre”, em que seria possível visualizar o produto que deseja comprar. Ele está tão confiante de que a tecnologia irá deslanchar que acredita que ela se tornará “tão essencial quanto ter um site”.
Esse tipo de aplicação, é claro, já estamos vendo em diversos apps que estão usando o ARKit — e certamente veremos mais por aí!
Mais Londres…
Aproveitando ainda a estadia em território inglês, o Financial Times contou que o CEO estaria indo até a Universidade de Oxford para inaugurar um espaço para startups chamado “The Oxford Foundry”. E assim aconteceu!
Sendo descrito como um “espaço de inovação” e “centro empresarial”, ele será aberto a todos os 23 mil estudantes da universidade. O site da Foundry afirma que planeja criar um ambiente diversificado e criativo, oferecer workshops para capacitação, conscientização e criação de equipes, além de oferecer incubação inicial e suporte no espaço do Acelerador da Fundação Amersi.
Ao que parece, Cook apareceu por lá mesmo para inaugurar o espaço, sem que este tenha nenhuma ligação com a Apple. Ainda assim, caso você queira ver a participação do CEO, pode assistir à live nesta página.