Não seria um exagero dizer que, dentro do redemoinho de emoções que foram os anos 90, 1994 representou provavelmente o pináculo das emoções, reviravoltas, alegrias e tristezas da década que nos trouxe o PlayStation e o É o Tchan!.
Quem definitivamente não estava sob as luzes da ribalta neste período, entretanto, era a nossa querida Apple: após quase uma década de desmandos e produtos mal-concebidos na ausência de Steve Jobs, a empresa via-se numa espiral descendente rumo à iminente falência. O que significa, claro, que as coisas eram significativamente mais loucas por lá naquele período. As obras de arte que você está prestes a saborear apenas provam esse ponto.
Antes, um pouco de contexto: com as vendas de Macs caindo pelas tabelas no período e o mundo vendo o Windows tornar-se o rei dos computadores (posição, aliás, que mantém até hoje), o então CEO da Apple, Michael Spindler, tomou uma decisão drástica: pela primeira — e única — vez na história da companhia, iria licenciar o sistema operacional da empresa (à época, o System 7) para que outras fabricantes produzissem “Macintoshes” terceirizados, mais baratos e com apelo para o grande público.
A ideia, claro, era bater de frente com a Microsoft e com sua maior parceira da época, a Intel. Aparentemente, dentro de Cupertino, todos achavam que a iniciativa seria o renascimento da Apple e a morte da concorrência, o que levou um grupo de empregados destemidos (talvez um pouco destemidos demais, inclusive) a produzir videoclipes com paródias de músicas populares da época, tirando sarro da Microsoft e da Intel e puxando sardinha para o Macintosh. Sim, você leu a última frase corretamente.
Deem uma olhada nesta produção aqui, capitaneada pelo funcionário Dave Garr e parodiando o clássico I Think We’re Alone Now sob o nome I Think We’re a Clone Now. Apreciem as sutis críticas à Dell e aos benchmarks dos processadores da Intel, bem como os dançarinos no plano de fundo e os vocais únicos de Garr. Apenas desfrutem.
Este outro vídeo é um comercial da coletânea de outras paródias realizadas pela equipe e é, provavelmente, a coisa mais anos 90 já feita na história da humanidade (até que este sonho aqui se realize, obviamente).
Claro que, no fim das contas, o acordo da Apple com as fabricantes provou-se um tremendo fracasso e a segunda vinda de Jobs, que salvou a Maçã da beira do precipício, cancelou tudo em questão de minutos. Ainda assim, ficam as memórias e a certeza: se os empregados de Cupertino não sabiam fazer computadores nos anos 90, certamente eles sabiam fazer outras coisas.
via The Next Web