Na guerra dos tronos dos smartphones, há um claro e incontestável vencedor: o Google. Afinal, se o Android emerge como o campeão em quantidade bruta de aparelhos nos quais está instalado, claro que a gigante de Mountain View é a que mais tem motivos para comemorar, já que seu modelo de negócios pode ser resumidamente descrito como “quanto mais pessoas usando, mais dinheiro” (e, vejam bem, não falo isso com desdém — é apenas a forma como eles operam).
Entretanto, há outras métricas pelas quais podemos analisar o mundo dos dispositivos móveis. Frequentemente vemos a Apple disputar com a Samsung o posto de fabricante mais popular do mundo, mas e se separarmos o desempenho de cada modelo de smartphone? É exatamente o que fez a Counterpoint Research numa pesquisa referente às vendas globais de aparelhos em outubro passado.
Mesmo num mês em que as vendas de iPhones poderiam sofrer um pequeno abalo — já que o iPhone X estaria para ser lançado apenas no início do mês seguinte — consequentemente, uma parcela dos consumidores esperaram a chegada do novo aparelho —, os dois aparelhos mais novos da Maçã conquistaram as maiores fatias de mercado global com alguma folga. O iPhone 8 representou 4,6% de todos os smartphones vendidos no mês, enquanto o seu irmão maior, o iPhone 8 Plus, pegou uma fatia de 4%.
Em seguida, aparecem dois modelos da arquirrival Samsung (o Note 8 e o S8 Plus), com 2,4% e 1,5% respectivamente, e mais dois da Apple: o iPhone 7 e, pasmem, o iPhone 6, que ainda é extremamente popular especialmente nos mercados emergentes, ambos com 1,2%. O Top 10 inclui ainda mais um modelo da Samsung, um da Vivo, um da Xiaomi e um da Oppo; todos, provavelmente, impulsionados pela popularidade na China.
Claro, claro: na perspectiva geral do mercado, o Android ainda domina com folga. E também devemos considerar que é até esperado que o iPhone domine esse tipo de pesquisa — ora, afinal de contas, enquanto o robozinho verde está espalhado por uma infinidade de aparelhos, o iOS concentra-se em alguns poucos modelos de iPhone e, portanto, estes devem se sobressair numa perspectiva individualizada.
Ainda assim, uma análise nesse sentido pode servir para nos lembrar que talvez nunca tenha sido a intenção da Apple dominar o mercado. Assim como aconteceu no mundo dos computadores há 10-20 anos, o mais importante é fortalecer o seu ecossistema e torná-lo atrativo o suficiente para seus consumidores já existentes (muitos deles, extremamente fiéis) e possíveis novos clientes. Assim, talvez as coisas não estejam indo tão mal — ainda que o ecossistema da Maçã enfrente tantas críticas.
Vamos ver, agora, o que será dos próximos meses…
via Cult of Mac