A Apple é uma empresa de computadores ou de dispositivos portáteis? Fãs antigos da empresa associam automaticamente a maçã mordida ao Mac; de uns tempos pra cá, entretanto, isso mudou um bocado. Horace Dediu, do asymco, colocou num gráfico a participação dos computadores tradicionais nos lucros da Apple e descobriu que ela vem caindo sistematicamente há anos. Contudo, em números absolutos o Mac só cresceu nos últimos anos, ultrapassando com folga o ritmo de crescimento da indústria de PCs.
Como explicar isso? Simples: outra coisa leva os lucros para Infinite Loop, e essa coisa atende pelo simpático nome “iOS”.
Enquanto o Mac gera algo em torno de 20% dos lucros da Apple, os iGadgets já são responsáveis por mais de 75%. Juntas, as duas plataformas de hardware e software integrados representam 96% do dinheiro que entra nos cofres da Maçã, um total de US$9,8 bilhões só no trimestre passado.
Enquanto isso, em Redmond, o Windows gera menos de um terço desse lucro para a Microsoft. A comparação é algo meio “maçãs e laranjas”, já que seria preciso somar os lucros de fabricantes de PCs (como Dell, HP, Asus, etc.) para termos algo equivalente aos números da Apple, mas ela serve para ilustrar o quanto um modelo de integração vertical pode ser favorável a empresas que façam bom uso dele.
Vai ser interessante conseguir todos os dados e fazer a comparação — não é uma tarefa nada fácil, mas deverá valer a pena e trazer informações valiosas.
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Enquanto isso, pensemos um pouco sobre o famigerado “Efeito Halo”, de que tanto se fala quando o assunto é Apple. Será que ele sempre é positivo? Não, segundo Dediu: muitas empresas usam esse fenômeno psicológico para convencer os consumidores de que um produto não tão bom é ótimo, e não de que algo pouco popular é digno de atenção. É possível diferenciar um caso do outro observando o quão duradouro o “Efeito Halo” se mostra.
Tome como analogia uma pessoa bonita. Por causa do “Efeito Halo”, observadores podem imaginar que ela seria também simpática, educada e inteligente. Se ela não for, rapidamente o halo se desfaz e acaba gerando um resultado oposto — os observadores passam a associar beleza física a antipatia, grosseria e estupidez. Contudo, caso as impressões sugeridas pelo halo se confirmem, a associação original permanece reforçada.
Depois de cinco anos crescendo mais que a média do mercado de PCs, podemos dizer que o Mac (alimentado pelo “Efeito Halo” dos iPods, iPhones e iPads) apresenta a variedade positiva ou negativa do fenômeno? Eu acho que é a positiva. 😛