E cá estamos nós com mais uma leva de novidades sobre o “Apple Studios”! (Que, no caso, é um nome absolutamente hipotético que eu acabei de criar para me referir às investidas da empresa na área de conteúdo original.)
A primeira (e excelente) notícia do dia, diretamente do New York Times, é que a Maçã fechou um contrato para produzir e exibir com exclusividade uma nova série de Damien Chazelle — o mais novo prodígio de Hollywood, diretor/roteirista de “La La Land” e “Whiplash”, e a pessoa mais jovem da história a ganhar um Oscar de Melhor Diretor (e de Melhor Fil… não, deixa pra lá).
Como já nos acostumamos, ainda não há muitas informações sobre a série, mas sabemos que Chazelle planeja escrever e dirigir todos os episódios, que terão uma hora de duração cada — a quantidade deles, entretanto, ainda é um mistério também.
O cineasta, por sua vez, está longe de ter fechado um contrato de exclusividade com a Apple — ao mesmo tempo, ele também já acertou os detalhes de uma série musical ambientada em Paris, chamada “The Eddy”, que será realizada em parceria com a Netflix. Entre esses dois projetos e seu próximo filme — “First Man”, sobre o astronauta Neil Armstrong —, parece que Chazelle tem um par de anos bem ocupados à sua frente.
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Do lado da Apple, não é só a atração de talentos importantes da área artística que conta — contratar executivos e profissionais da área de conteúdo é tão ou mais importante. E isso eles parecem estar fazendo direitinho também: como informou a Deadline, a Maçã está trazendo para a sua seara Dana Tuinier, importante produtora executiva de Hollywood.
Antes de chegar a Cupertino, Tuinier teve uma breve passada como vice-presidente de desenvolvimento e programação original na Paramount Network e, antes disso, foi diretora de programação na Fox, onde supervisionou programas como “Cosmos”, “New Girl” e “Glee”. Na Apple, a ideia é que ela foque suas atenções na série de comédia estrelando Kristen Wiig e ajude na atração de outros talentos para futuros contratos.
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Por fim, aproveito para citar aqui não uma notícia, mas um texto bastante interessante do ex-editor-chefe da Macworld, Jason Snell. No editorial, o jornalista lista os desafios que a Apple precisa superar para construir uma plataforma de conteúdo original do zero — já que, aparentemente, ninguém em Cupertino quer comprar um serviço já existente.
Primeiramente, Snell afirma que a Apple joga um jogo perigoso no seu modelo de compra de séries — como bem se sabe, as grandes emissoras trabalham com “pilotos”, em que os produtores de uma determinada série fazem um primeiro episódio e, só depois de avaliar o resultado, as empresas decidem se comprarão ou não a ideia. A Apple, por sua vez, já está fechando contratos de temporadas inteiras, o que economiza tempo e dinheiro, mas pode ser um tiro no escuro — vai que alguma dessas produções prova-se um desastre, afinal?
Outros pontos de tensão listados por Snell incluem o desafio para construir uma base de usuários — visto que todos já têm suas preferências por Netflix ou HBO ou Hulu ou companhia limitada — e uma possibilidade de transformar o Apple Music na sua plataforma de conteúdo original, efetivamente fazendo com que seus milhões de assinantes do serviço de streaming entrassem automaticamente na iniciativa. Ele também questiona se a Apple fará deste serviço algo exclusivo para usuários dos seus produtos, como o iMessage, ou se abrirá a plataforma para todos, como já acontece com o Apple Music.
Vale a pena ler o texto como um todo — e, depois, claro, compartilhar conosco suas opiniões aqui embaixo.
via AppleInsider, Cult of Mac