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Proposta para nova loja da Apple em Melbourne encontra resistência: “Lembra uma cabana da Pizza Hut” [atualizado]

Render de como será a Apple Store da Federation Square em Melbourne
Render de como será a Apple Store da Federation Square em Melbourne

Há pouco mais de um mês, a Apple anunciou para 2020 a abertura da sua mais nova “flagship global” em Melbourne, na Austrália. Tudo parecia correr bem para uma progressão de eventos sem grandes obstáculos, mas agora já sabemos que ao menos uma barreira deveras espinhosa deverá ser enfrentada pela Maçã para que a loja seja erguida: a opinião pública.

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Quem informou foi a ABC australiana: na última quinta-feira (1º), uma reunião da Câmara Municipal de Melbourne trouxe à tona cerca de 800(!) reclamações por parte de cidadãos acerca do visual, localização e até mesmo o próprio caráter da loja. Os representantes locais, então, decidiram por unanimidade pedir ao governo australiano que reconsidere a proposta da Apple e faça a empresa propor um novo projeto, dessa vez guiado por consultas públicas.

E mais: caso o governo negue o pedido, a câmara planeja uma ação diretamente no Senado da Austrália, solicitando que o projeto de renovação da área — que envolve a demolição de um prédio e a construção da loja da Apple no lugar — seja bloqueado indefinidamente.

Render de como será a Apple Store da Federation Square em Melbourne

A principal questão aqui é o estilo arquitetônico proposto pela Apple: a Federation Square, praça onde a loja será (ou… não será) localizada, é cercada por prédios num padrão desconstrutivista muito característico — o próprio Yarra Building, edifício desativado que será demolido para a construção do espaço da Maçã, é um dos expoentes do estilo. A proposta para a loja da Apple, por sua vez, lembra um prístino templo oriental, com suas coberturas triangulares e douradas e as serenas paredes de vidro ininterruptas.

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Vejam que essa descrição é um raro momento de delicadeza meu — os australianos pegaram bem mais pesado. Nas palavras do membro da câmara Nicholas Reece, a loja “lembra uma cabana da Pizza Hut” e “parece algo que acabou de sair de uma linha de produção de lojas da Apple”. Ai.

A loja lembra uma cabana da Pizza Hut.

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A arquitetura do prédio pode ter sido unanimemente rejeitada, mas Reece, ao menos, acredita que a instalação da loja (com um outro projeto, isto é) pode beneficiar o seu entorno — opinião que não é compartilhada por muitos dos seus colegas de câmara e cidadãos de Melbourne.

Explica-se: a Federation Square é, por excelência, um dos centros culturais da cidade, cheia de museus, cinemas, teatros e espaços públicos; os australianos, compreensivelmente, têm sentimentos mistos quanto à decisão de ceder um grande espaço da praça a um prédio exclusivamente comercial — afinal, por mais que a Apple adore classificar suas lojas como “espaços de convivência” e “lugares onde a cultura acontece”, não podemos tapar o sol com a peneira e negar que, no fim das contas, estamos falando de uma enorme loja e nada mais que isso.

Imagem aérea de como é hoje a Federation Square, com o render da loja no lugar
Imagem aérea de como é hoje a Federation Square, com o render da loja no lugar

Agora, resta à Apple aguardar as cenas dos próximos capítulos para saber se poderá prosseguir com o plano original ou se terá que realizar mudanças no projeto — seja na arquitetura do prédio ou mesmo na localização da loja. Quero ver no que isso tudo vai dar…

via AppleInsider

Atualização 21/02/2018 às 11:30

Aparentemente, a Apple tem motivos para comemorar: o parlamento australiano não demonstrou apoio a um pedido oficial de bloqueio da construção da loja da Maçã na Federation Square, abrindo caminho para que a grande cabana da Pizza Hut siga em frente.

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De acordo com informações do jornal The Age, os Verdes Australianos (partido local cuja principal bandeira é o meio ambiente) entraram com um pedido oficial de bloqueio da construção no parlamento após cerca de 95.000 australianos assinarem três petições diferentes solicitando a ação. A casa, entretanto, não ficou do lado dos verdes: por 34 votos a 4, a moção foi indeferida — aparentemente, por conta de uma união dos partidos da coalizão e trabalhista para derrubar o pedido.

Certamente outros obstáculos virão por aí, mas, ao que tudo indica, a parte mais difícil já foi superada.

via Cult of Mac

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