A Apple já conhece os seus (prováveis) concorrentes mais formidáveis do ano.
A Samsung subiu ao palco ontem no seu evento Unpacked 2018, realizado em Barcelona (Espanha), para apresentar os seus carros-chefe dos próximos 12 meses, o Galaxy S9 e o Galaxy S9+ — e, por mais que os bichinhos possam parecer bem similares aos seus antecessores, um olhar mais cuidadoso revelará que a sul-coreana está dando um passo à frente em uma série de aspectos (e correndo atrás de avanços da Apple em alguns outros).
https://www.youtube.com/watch?v=5_-NKRVn7IQ
Por fora, os novos dispositivos são quase idênticos aos S8 e S8+ do ano passado, com as carcaças de vidro com moldura de metal e as célebres telas AMOLED curvas e de borda infinita (5,8 polegadas no S9 e 6,2 polegadas no S9+), ambas com resolução Quad HD+. Uma mudança, entretanto, já salta aos olhos: a Samsung aprendeu a lição e corrigiu o posicionamento do sensor de digitais, agora centralizado na traseira abaixo do módulo de câmera (ou… câmeras).
Falando em câmeras, a sul-coreana está colocando as capacidades imagéticas dos S9 e S9+ como seus grandes pontos de atração — o que é animador, considerando que os seus antecessores já eram dois dos campeões do segmento em termos de fotografia. Os novos smartphones são os primeiros de larga produção a trazerem câmeras com abertura variável: o módulo principal tem uma abertura f/1.5 para situações de baixa luminosidade e uma f/2.4 para cenários iluminados e proporcionando uma maior profundidade de campo.
O S9+ ainda pega a tendência incorporada pela Apple nos seus modelos Plus e adiciona uma segunda câmera de lente teleobjetiva, que possibilita um zoom óptico de 2x (esta lente secundária, entretanto, não conta com a abertura variável). Todos os módulos são de 12MP, e os aparelhos contam ainda com uma câmera frontal de 8MP, similar à dos seus antecessores.
No campo de vídeo, temos aqui um interessante modo que grava um trecho de 0,2 segundos a 960 quadros por segundo – gerando um trecho de 6 segundos em ultra-slow motion. O mais legal é que o recurso é inteligente, e consegue detectar automaticamente o momento exato para ativar a captura em câmera lenta dentro de um clipe maior, gerando resultados como este mostrado pelo TechCrunch:

Falando de outras especificações, os smartphones — como era de se esperar — trazem o que há de mais avançado no mundo da computação móvel. Os processadores são o Qualcomm Snapdragon 845 (para a versão americana) ou o Samsung Exynos 9810 (modelo internacional), ambos de oito núcleos; são 4GB (S9) ou 6GB (S9+) de RAM e as baterias são de 3.000mAh ou 3.500mAh, respectivamente. Há opções de 64GB, 128GB e 256GB, e os slots para cartões microSD também sobrevivem — bem como o botão para a assistente Bixby, que, segundo a Samsung, está mais inteligente (esperamos que agora ela seja minimamente útil, ao menos).
Os aparelhos continuam trazendo as saídas de 3,5mm para fones de ouvido (glória!) e a porta USB-C, bem como o certificado IP68 de resistência a água e suporte para carregamento sem fio. O criticado alto-falante mono dá lugar a um esquema estéreo nos moldes dos iPhones mais recentes, com a peça auricular atuando como um dos “lados” do reprodutor de som. O scanner de íris também retorna e, segundo a Samsung, está mais avançado, fazendo também as vezes de scanner de rosto — mais ou menos como a Apple faz com o Face ID. O sistema é o Android 8.0 “Oreo”.
Um ponto onde a Samsung claramente quer competir com a Apple é em um dos aspectos mais importantes e revolucionários lançados pela Maçã no ano passado: os Animoji. Com os chamados AR Emoji, a sul-coreana está trazendo uma tecnologia muito parecida para a sua seara, mas talvez ainda mais avançada — além dos emojis animados, temos aqui uma função que escaneia o rosto do usuário e faz uma versão animada (e um tanto quanto perturbadora) dele; a partir daí, é possível gravar mensagens, vídeos e GIFs com seu doppelgänger digital e assustar irritar divertir seus contatos.
A Samsung atualizou também o DEX, seu dock que conecta-se a um monitor e transforma o smartphone numa espécie de “computador instantâneo”. Agora, o acessório deixa o aparelho deitado, fazendo as vezes de touchpad e teclado auxiliar; desta forma, é possível utilizar o recurso sem sequer conectar teclado e mouse.
Nossos amigos do Tecnoblog e do Loop Infinito já fizeram vídeos de hands-on bem bacanas com os novos aparelhos:


Os Galaxies S9 e S9+ partem dos mesmos preços de seus antecessores — US$720 e US$840, respectivamente — e vêm em quatro cores: Midnight Black (preto), Titanium Gray (cinza), Coral Blue (azul) e o novo Lilac Purple (lilás). Nos Estados Unidos, onde ocorrerá o lançamento inicial, os aparelhos terão sua fase de pré-venda no dia 2 de março e chegarão às prateleiras no dia 16 do mesmo mês.
E aí, a Apple tem com o que se preocupar?