Na semana passada, ficamos sabendo que a Cellebrite poderia desbloquear qualquer iPhone, inclusive os mais novos (com o sistema operacional mais recente, o iOS 11).
Muitos ficaram apreensivos quanto à segurança dos seus aparelhos, mas outra matéria da Forbes veio para acalmar os ânimos em uma entrevista com Jeremy Nazarian, chefe de marketing da empresa israelense.
O nome da Cellebrite veio à tona depois de a firma ter conseguido desbloquear e acessar o iPhone 5c do atirador de San Bernardino, com a permissão do FBI. Portanto, como era de se esperar, Nazarian declarou que esse tipo de ação é aceitável para casos mais sérios:
Há uma questão de segurança pública aqui. Essas capacidades são apropriadas para homicídios, crimes contra crianças, tráfico de drogas, ou seja, as principais ameaças de segurança pública em qualquer comunidade. Nós sentimos uma obrigação para com aqueles que servem a missão de segurança pública, a fim de garantir que essas capacidades sejam preservadas.
Confirmando muito do que nós mesmos afirmamos no nosso podcast, o MacMagazine no Ar #268, o executivo consolou aqueles que acreditam que a firma utiliza ferramentas maliciosas e ilegais, que podem comprometer a segurança, dizendo que “não é assim [que funciona]”; ele explicou que ninguém está “ouvindo o seu iPhone”, com uma escuta “sem fio” — na verdade, é necessário acesso físico ao aparelho para qualquer extração de informação.
Além disso, os aparelhos a serem acessados precisam ser obtidos como evidência que faz parte de uma investigação ou caso. “Não há nada inerente à tecnologia, que signifique que ela esteja aberto ao uso indevido”, declarou Nazarian.
Em se tratando dos iPhones 8, 8 Plus ou X, que foram acessados pela empresa e relatados numa outra matéria publicada, o executivo não ofereceu detalhes já que isso poderia permitir que engenheiros da Apple corrigissem quaisquer falhas na segurança do iOS, forçando a Cellebrite a criar novos métodos de desbloqueio. Por isso, ela permanece o mais reservada possível em relação ao assunto, ganhando uma boa grana com os pedidos — como ela afirmou, “de segurança pública” — feitos por diversas grandes empresas e governos.
Só espero que o dinheiro não fale mais alto do que a ética, se o pedido for algo que não necessariamente tenha a ver com a segurança pública (ou o que alguns governos considerem como tal)…
via AppleInsider