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Eddy Cue afirma que a Apple está “apostando tudo” em produções originais, mas sugere que a empresa nunca comprará a Netflix [atualizado: vídeos]

Eddy Cue na SXSW

Como anunciamos há algumas semanas, o vice-presidente sênior de softwares e serviços da Apple, Eddy Cue, esteve hoje em Austin (Texas, EUA) para participar de uma mesa redonda no South By Southwest (SXSW), um dos maiores festivais de arte e tecnologia do mundo. O executivo aproveitou a oportunidade, naturalmente, para comentar as iniciativas da Apple na área de conteúdo original e oferecer algumas atualizações sobre números do Apple Music, entre outros assuntos.

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Conversando com o jornalista da CNN Dylan Byers, Cue começou falando sobre a recém-anunciada compra da Texture, serviço de assinatura de revistas digitais, e o significado da aquisição para o futuro do Apple News. De acordo com o executivo, o diferencial da plataforma de notícias da Maçã é que a empresa não está focada em anúncios e, portanto, pode se dar ao luxo de direcionar aos usuários não apenas aquilo que eles querem ler, mas aquilo que eles deveriam ler.

“Nós queremos dar a todos um pouco de acaso para ver tudo o que está aí fora”, disse ele, acrescentando que a Apple quer apenas os melhores artigos, provenientes das fontes mais confiáveis, e quer que eles tenham um visual impressionante.

Aproveitando o gancho, Cue falou sobre a dualidade entre liberdade de expressão e discursos de ódio — problemas enfrentados recentemente pelo Google e pelo Facebook, e dos quais a Apple, como provedora de conteúdo de terceiros, também não está imune:

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Nós pensamos que, quando se tem uma grande plataforma, há uma grande responsabilidade. Da loja de música à loja de aplicativos, aos podcasts, nós temos um bocado de regras; nós criamos as diretrizes que têm de ser seguidas para que se participe desses lugares. Às vezes nós geramos alguma controvérsia por isso, as pessoas não estavam felizes com as nossas diretrizes. A outra parte é que ninguém é completamente livre. Não existe liberdade total. […] Nós acreditamos que a liberdade de expressão é importante, mas não pensamos que discursos de supremacia branca ou discursos de ódio entram nesse ponto e podem ser propagados.

Sobre as produções originais da Apple, que parecem amontoar-se numa quantidade assustadora a cada dia, Cue afirma que a Maçã está “apostando tudo” na iniciativa, mas com uma diferença em relação às rivais: “Não estamos em busca de quantidade, e sim de qualidade.”

Quando perguntado sobre possíveis aquisições na área por parte da Apple, o executivo disse que a tradição em Cupertino é não comprar grandes empresas — efetivamente pondo uma pá de cal nos rumores de uma possível compra da Netflix. Cue acrescentou que o dinheiro não é um problema para a Apple (não brinca!) e que a empresa está realizando grandes investimentos no segmento, mas criará sua plataforma de conteúdo original do zero, sem recorrer à aquisição de firmas já estabelecidas.

Eddy Cue falando sobre a Apple TV

Cue prometeu ainda grandes novidades na área de conteúdo original, sem compartilhar muitos detalhes, e falou um pouco sobre as iniciativas da empresa na parte de esportes ao vivo, dizendo que a Apple está planejando trabalhar com a Amazon e com redes como a CBS e a ESPN:

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Uma das coisas que nós queremos é mudar toda a experiência de assistir a esportes. Eu quero receber um alerta quando o jogo do Duke [Blue Devils, time de basquete] começar para me lembrar quando estiver lá… por que eu não estou sendo notificado? Nós pensamos que há uma grande oportunidade para crescer em todos os aspectos do esporte.

Por fim, o executivo compartilhou ainda um importantíssimo número relacionado ao Apple Music. Segundo Cue, a plataforma de streaming da Maçã tem, agora, 38 milhões de usuários pagantes – 2 milhões a mais que no mês passado. Apenas a efeito de comparação, o Spotify tinha 71 milhões de usuários Premium ao final de 2017; o Apple Music, entretanto, isolou-se nos segundo lugar da corrida, considerando que o Amazon Music Unlimited tem 16 milhões de assinantes e o Pandora, 5,48 milhões (o Google não divulga números relativos ao Play Music).

A entrevista de Cue ainda não saiu na íntegra em texto ou vídeo em nenhum canal, mas atualizaremos este post quando (ou se) isso acontecer.

via TechCrunch, Apple World Today

Atualização, por Eduardo Marques 13/04/2018 às 12:59

Não saiu a íntegra, mas ao menos temos imagens de Cue falando o que é/não é permitido na App Store e sobre por que a Apple não comprou a Netflix:

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