A situação não está fácil no Brasil e todo mundo sabe disso. Mas no Rio de Janeiro, em especial, tudo está ainda mais caótico. A prova disso é que, em apenas uma semana, o Sindicarga (Sindicato de Empresas de Transporte Rodoviário e Logística do Rio de Janeiro) denunciou dois roubos de cargas — mais especificamente, de celulares — que aconteceram no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro-Galeão.
Segundo matéria do jornal Extra, no último domingo (15/4) bandidos levaram do local uma carga de celulares da Samsung (Galaxy S9, que ainda está em pré-venda no Brasil) avaliada em cerca de R$3,4 milhões.
De acordo com o coronel Venâncio Moura, diretor de segurança do Sindicarga, os celulares tinham rastreadores e foram levados para a Favela Nova Holanda, no Complexo da Maré (também na Zona Norte, próximo ao aeroporto). O 22º Batalhão de Polícia Militar foi acionado, mas não foi ao local alegando falta de recursos para entrar na favela. Ainda segundo o coronel, a DRFC (Delegacia de Roubos e Furtos e Cargas — unidade da Polícia Civil responsável por investigar roubos de cargas) também está sem condições, sem equipamentos blindados.
O pior: esse foi o segundo roubo do tipo ocorrido no Rio em menos de uma semana. De acordo com Venâncio, na semana passada bandidos roubaram uma carga da Apple (provavelmente, iPhones) — que havia acabado de deixar o terminal de carga do Galeão — avaliada em R$2 milhões.
Foram R$5 milhões de prejuízo em uma semana. Está terrível o Rio de Janeiro. A única carga que circula aqui sem problema, que se salva, é a de caixão. Porque ninguém quer comprar caixão, não é mesmo?
Toda a ação dos criminosos, que começou por volta das 21h30, foi filmada pelo circuito de câmeras do terminal.
Vídeo mostra ação de bandidos no terminal de carga do Galeão. pic.twitter.com/Y4Su7ERkwL
— Casos de Polícia (@CasodePolicia) 18 de abril de 2018
Ainda segundo Venâncio, os assaltantes chegaram em um caminhão, com roupas parecidas com as dos funcionários do local (com bonés que escondem seus rostos parcialmente) e estavam armados com pistolas. Eles renderam os trabalhadores, fizeram ameaças e já pareciam saber o que buscavam no local. Então, pegaram os celulares, levaram para o caminhão que usavam e fugiram. Os bandidos integrariam um bando chamado Bonde do Gordão, do Complexo da Maré.
É por isso que sempre batemos na tecla de que não são apenas os impostos que tornam tais produtos caros aqui no Brasil. Esse tipo de problema deve afetar muito o preço dos aparelhos — afinal, você acha que esse prejuízo fica com as empresas ou é repassado para o consumidor? É praticamente certo que essa carga toda é protegida por algum seguro. E quem paga por isso? Consumidores, é claro, já que todo o custo dessa operação é diluído no valor final do produto.
E não tem para onde fugir: ou a Apple e a Samsung (não apenas elas, é claro, mas todas as empresas que sofrem com isso) repassam isso para os consumidores ou simplesmente desistem de vender produtos por aqui, já que a situação está insustentável…
dica do Mark Nas