E a saga de invasões envolvendo o polêmico spyware Pegasus continua. Desta vez, mais de 30 ativistas tailandeses tiveram seus iPhones invadidos pelo software do NSO Group. As vítimas, segundo informações do The Washington Post, são na maioria estudantes que se declaram pró-democracia, se opondo ao governo atual.
Como informamos em novembro do ano passado, a Apple chegou a emitir alertas para algumas dessas vítimas, as quais recorreram a organizações cívicas como o iLaw, um grupo local de direitos humanos, o qual foi responsável por localizar mais usuários afetados — incluindo pessoas da sua própria equipe.
Entre essas vítimas, o representante do iLaw, Yingcheep Atchanont, disse ao The Washington Post que não ficou surpreso com as invasões em si, mas quando elas ocorreram.
Fiquei surpreso quando descobri que fui infectado várias vezes no final de 2020 e no início de 2021. Naquela época, eu era apenas um observador dos protestos, meu papel é apenas fazer campanha pela emenda constitucional.
Além da investigação do iLaw, outros órgãos como o Citizen Lab, em parceria com a Anistia Internacional, também averiguaram a situação. Em suas análises, eles concluíram que muitos ataques ocorreram na época em que os alvos estavam envolvidos em comícios contra as políticas do governo — e, embora não afirmem que o governo tailandês foi o responsável pelas invasões, a suspeita é de que o ataque tenha sido promovido internamente.
Além do seu alerta, a Apple também anunciou recentemente uma nova funcionalidade — que chegará com o iOS 16 e o macOS Ventura 13 — chamada Modo de Bloqueio (Lockdown Mode). Com isso, potenciais usuários alvo de spywares como o Pegasus poderão restringir uma série de funções do sistema que poderiam fornecer informações sobre os proprietários desses dispositivos.
Como temos acompanhado, esse recurso certamente virá a calhar para várias pessoas…
