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Review: teclado mecânico NuPhy Air60

NuPhy Air60

Querem uma confissão? Pois aqui vai: até testar o NuPhy Air60, eu nunca havia usado um teclado com a tecla ⌘ command.

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Sendo usuário de Windows durante toda a minha vida, para mim o ⌃ control sempre foi o mais natural, embora, na prática, eu tenha visto que não há muitas diferenças no uso. Essa foi apenas uma das novidades que esse teclado despertou em mim, como veremos.

O Air60 também foi o primeiro teclado mecânico que já utilizei, o que certamente também constituiu um dos pontos mais interessantes da experiência de uso do produto. Essa é uma das principais linhas de propaganda dele: um teclado mecânico sem fio bastante portátil. De início, pude comprovar que a publicidade corresponde à realidade, além de outros pontos que o uso me fez notar.

Primeiras impressões

Logo ao abrir a caixa, o que me chamou a atenção foi o tamanho do Air60: ele de fato é razoavelmente compacto e fino. É verdade que, se esse é o foco, existem opções que podem atender melhor, principalmente na espessura. Se considerarmos, contudo, que se trata de um teclado mecânico, penso que o resultado é bastante satisfatório.

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Suas dimensões são de 297,3×107,2×17,0mm, pesando 453 gramas.

Ao ligar, uma surpresa: luzes de LED1Light-emitting diode, diodo emissor de luz.! Como uma pessoa nada gamer, eu detestei essas luzes excessivamente coloridas e que ficam alternando entre diversas cores, parecendo uma festa adolescente. Por meio do programa NuPhy Console — para a minha salvação —, é possível controlar a iluminação, inclusive deixando-a toda branca, o que eu fiz. 😅

Fica aqui um ponto negativo (um pouco chato) do Air60 — talvez, de todos os teclados da NuPhy: esse programa. A própria empresa afirma que ele está em versão beta — o que eu, pelo menos, acho um absurdo, já que é bastante importante para o bom uso do teclado. O aplicativo não tem um bom funcionamento, tampouco uma interface aprazível; às vezes, sequer obedece aos comandos dados. Para piorar, não parece haver versão para macOS, o que pode inviabilizar o uso por usuários desse sistema.

No dia a dia, pude notar que as cores não chamam tanto a atenção quanto possa parecer, inclusive a branca. Esperava que pudesse funcionar como uma espécie de retroiluminação, mas, para esse fim, as luzes não são muito eficientes. Também há dois indicadores dos lados direito e esquerdo do teclado, que servem para avisar se o caps lock está ligado, bem como quando a bateria está acabando. Eles têm luzes fortes e coloridas, mas que não me incomodaram tanto.

Experiência de uso

Algo bastante notável é o design do Air60. A NuPhy tem uma assinatura bastante característica, com a fonte das teclas diferente da convencional e a montagem do teclado bastante “exata”, sem sobrar tanto espaço, para levar à risca o nome de compacto. O resultado me agradou, ao ponto de ser um diferencial do produto.

O emparelhamento e a conexão Bluetooth do Air60 são muito estáveis. Sempre o utilizei dessa forma, mas é possível usar de modo cabeado com o cabo USB-C incluso na caixa (também necessário para a recarga), bem como com um receptor que também vem com o produto. A conexão é bastante rápida: basta deslizar a chavinha na parte traseira do Air60, alternando entre “com fio” ou “sem fio”, e já pode começar a digitar.

A digitação é bastante confortável. Além do barulhinho característico de teclado mecânico, a profundidade das teclas torna a digitação melhor de se fazer, o que é algo incrível de terem conseguido manter com a espessura alcançada. O legal é que, por ser mecânico, os componentes têm uma maior durabilidade, além de ser possível trocar individualmente as peças de cada tecla.

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Há também uma outra chavinha para alternar entre os modos Windows e Mac, considerando as diferenças das teclas. Esse ponto me fez passar por todo um processo de curva de aprendizagem. Particularmente, eu acho legal acostumar-se a novos hábitos como exercício para o cérebro, mas, se formos observar a usabilidade do teclado para um usuário de Windows, é de passar bastante raiva reaprendendo a fazer tarefas básicas. 😛

O drama não é exclusivo desse teclado, mas ainda assim acho que vale ressaltar. Como o Air60 não segue o padrão da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) — por sequer ser vendido oficialmente no Brasil —, não há cedilha, por exemplo, assim como nos teclados dos Macs. Demorei algumas semanas até me acostumar aos novos atalhos e até para aprender novas ações para escrever acentos e sinais gráficos como o til — este especificamente me tirou a paciência em alguns momentos!

No mais, também temos as características habituais de todo teclado mecânico. É possível retirar as teclas e trocá-las, inclusive por um conjunto que é vendido separadamente. Eu não tive vontade de fazer isso, apesar de ter recebido o conjunto, mas ainda assim tive a experiência de retirar ao derrubar o teclado acidentalmente, como vemos abaixo. Para colocar de volta, basta pressionar e encaixar em duas travas, de modo bastante fácil.

Também nos foi enviada a NuFolio, que eu adorei! Trata-se de uma capa laranja que tanto protege o teclado quanto pode ser usada como suporte para o iPad ou o iPhone, como utilizo na maior parte do tempo. Há um ímã na parte de baixo do teclado que o prende à capa. O ponto negativo fica para a aparente baixa qualidade dos materiais, tendo em vista que a minha já está com as laterais desgastadas com menos de dois meses de uso.

Pude comprovar, ainda, a portabilidade e o quão o Air60 é compacto. Ando costumeiramente com ele na bolsa e não pesa ao ponto de incomodar — menos que certos livros de Hans Kelsen, sem dúvidas. De modo geral, a experiência foi muito bacana, de modo que, andando com o teclado e o iPad, podia montar uma estação de trabalho bastante leve em qualquer lugar.

A bateria do produto também é satisfatória. Com 2.500mAh, a NuPhy promete 48 horas de uso e uma semana até precisar carregar novamente, o que me pareceu correspondente à realidade. O ruim é que a porcentagem exibida na área das baterias dos dispositivos conectados do iPadOS não é fidedigna, de modo que o nível vai de 80% a 20% repentinamente, quando é necessário recarregar e a luz lateral esquerda pisca em vermelho.

Vale a pena?

Para respondermos essa pergunta, é necessário pesar os benefícios, pontos negativos e o preço. O NuPhy Air60 custa US$110 (cerca de R$575), sem incluir a NuFolio, que tem o valor de US$29 (~R$157). A meu ver, só vale a pena se o interesse for em um teclado mecânico sem fio e compacto. Não havendo a necessidade de ser mecânico, temos opções mais baratas e até mais finas.

Ainda assim, penso que o investimento é válido se você estiver pensando em migrar para um teclado mecânico, que tem uma maior durabilidade, além de proporcionar uma experiência mais legal do que os convencionais, de membrana. O design do Air60 também me agradou muito, de modo a também ser um diferencial bacana, embora não necessariamente decisivo.

Vale ressaltar que a NuPhy não vende oficialmente no Brasil. Se você quiser comprar o teclado sem sair de casa, pode usar serviços de redirecionadores como a da nossa parceira Zip4Me, que envia suas encomendas dos Estados Unidos para cá. 😉

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Notas de rodapé

  • 1
    Light-emitting diode, diodo emissor de luz.

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