A nova versão do macOS está aqui, e ela deixa as montanhas das últimas quatro edições para um novo lugar da Califórnia. O macOS Mojave homenageia o deserto do sudoeste americano não só pelas suas belezas durante o dia, mas principalmente pela sua noite.
Sim, você já entendeu: uma das principais novidades do novo sistema é o tão desesperadamente aguardado Modo Escuro, que vazou há alguns dias. O modo, naturalmente, se estende por todo o sistema, adaptando aplicativos, elementos de interface e animações. Ficou bonito, ficou muito bonito.
Além disso, o macOS Mojave traz várias novidades em várias áreas. Na Mesa (Desktop), o sistema traz um recurso chamado “Stacks”, que é um milagre para os bagunceiros que jogam todos os seus arquivos indistintamente na área de trabalho e a transformam numa zona de guerra. Ao ativar a ferramenta, o sistema agrupa automaticamente arquivos por tipo (imagens, documentos, planilhas, pastas etc.) e deixa tudo facilmente acessível à direita. Organização automática a um clique? Quero.
O Finder, por sua vez, traz um novo modo de visualização — deveras inspirado no iOS — chamado Galeria, que mostra seus arquivos em ícones num carrossel inferior e traz uma pré-visualização enorme, em cima. Uma barra lateral contextual mostra dados dos arquivos, com metadados EXIF de fotos, e traz ainda ações rápidas, como rotação e marcação de imagens ou inclusão de marca d’água em documentos do Pages.
Já o Quick Look traz vários recursos de edição básica em si mesmo: é possível fazer edição básica de imagens, assinar um PDF digitalmente ou mesmo cortar um vídeo sem sequer abrir qualquer aplicativo — a própria ferramenta já faz isso. Inúmeros formatos de arquivos são suportados.
A Apple também está melhorando o recurso de Captura de Tela no macOS Mojave. Como no iOS, a ferramenta agora surge numa pequena janela quando é evocada e permite que você capture a tela estaticamente ou em vídeo — seja ela inteira ou uma seleção. Também é possível fazer uma edição básica da captura que você acabou de fazer antes de salvá-la.
O recurso de Continuidade, por sua vez, está ainda mais poderoso: com o Continuity Camera, apps no Mac podem ativar a câmera do seu iPhone automaticamente para que você faça uma imagem (ou um escaneamento, com o recurso de captura de documentos) e ela apareça imediatamente num arquivo que você esteja editando no computador.
Em termos de aplicativos, quatro deles estão chegando ao Mac depois de suas estreias no iOS: o Apple News, o Bolsa, o Gravador de Voz e o Casa. Todos eles são bem parecidos com as suas versões para iPad — ou seja, sim, o espaço entre Mac e iOS está cada vez menor. Mais sobre isso alguns parágrafos abaixo.
O macOS Mojave traz também melhorias de privacidade e segurança. No Safari, temos uma ferramenta que limita o acesso de trackers à sua navegação. Então você terá a opção de ativar ou não, digamos, uma janela de comentários do Facebook num site caso queira — essas janelas, como bem se sabe, são uma das principais fontes de monitoramento das empresas e o novo comportamento pode ser considerado um golpe importante em empresas como Facebook ou Google. A Apple também protegerá usuários de “Fingerprinting”, uma forma de rastreamento que vai além de cookies — a ideia é anonimizar ao máximo a navegação na web.
Movendo para a Mac App Store, a loja vai (finalmente!) ganhar um redesign com forte inspiração na sua contraparte do iOS. Temos aqui uma barra lateral, várias seções editoriais, histórias sobre apps e vídeos que tocam automaticamente; áreas específicas como Descubra, Crie, Trabalhe, Jogue e muito mais trazem apps agrupados por suas principais funções. Temos também recomendações personalizadas e dicas para apps já instalados. A Apple criou até mesmo uma API para que desenvolvedores adicionem janelas de reviews diretamente em seus apps.
Várias gigantes do software anunciaram novos produtos na Mac App Store: a Microsoft levará o Office 365 à loja, enquanto a Adobe venderá o Lightroom CC por lá. O Transmit, da Panic, e o BBEdit, da Bare Bones, são outros aplicativos de peso que não estavam antes na Mac App Store e aterrissarão por lá em breve.
Assim como no iOS 12, o FaceTime do macOS Mojave também ganhará suporte a chamadas em grupo com até 32 pessoas:
A API de gráficos da Apple, Metal, também ganhou aprimoramentos, com o suporte a eGPUs — que permitirá que computadores da Maçã renderizem conteúdo de altíssima qualidade sem engasgar. Já na área de Aprendizado de Máquina, o macOS Mojave trará uma ferramenta chamada Create ML, que ajudará desenvolvedores a criar recursos de inteligência artificial e integrá-los aos seus aplicativos — ela integra-se a todas as ferramentas de desenvolvimento da Maçã, como o Swift.
Craig Federighi aproveitou o momento para responder uma pergunta muito repetida nos últimos anos: a Apple vai fundir o macOS e o iOS? Não, informa a Apple: são universos diferentes, padrões diferentes e a Maçã ama o Mac, afinal.
Mas há um mas: existe uma lacuna que precisa ser preenchida. A Apple precisa fornecer ao Mac um acesso ao maior ecossistema de aplicativos do mundo — o iOS — e está fazendo isso em uma nova tecnologia prévia, que levará o UIKit aos computadores da Maçã e permitirá que desenvolvedores portem aplicativos móveis para o Mac com poucos cliques. A própria Apple já está fazendo isso: os novos apps News, Bolsa, Gravador de Voz e Casa para Mac foram construídos com essa nova tecnologia, que chegará à comunidade geral de desenvolvedores em 2019.
O macOS Mojave estará disponível gratuitamente para os usuários na primavera (outono do hemisfério norte) e a primeira versão beta para desenvolvedores será disponibilizada ainda hoje.