Um episódio especial do The Talk Show, podcast apresentado pelo editor do site Daring Fireball, John Gruber, foi gravado ontem durante o segundo dia de eventos da Worldwide Developers Conference (WWDC) 2018. Assim como em anos anteriores, dois executivos da Maçã se juntaram a Gruber para conversar sobre as novidades anunciadas na segunda-feira passada (4/6).
Os convidados dessa edição foram Greg Joswiak, vice-presidente de marketing para iOS, iPhone e iPad; e Mike Rockwell, que lidera o grupo que desenvolve os recursos de realidade aumentada da Apple. Durante a entrevista, os executivos falaram sobre realidade aumentada (incluindo, é claro, o ARKit 2.0), o iOS 12 e o macOS Mojave.
A conversa começou com uma apresentação de Rockwell, que antes de comandar o time de realidade aumentada e realidade virtual da Apple, foi diretor de tecnologia da Avid e, em seguida, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento da Dolby. Na gigante de Cupertino, Rockwell atua, além do desenvolvimento em AR, com o suporte que a Maçã oferece para empresas que constroem headsets de realidade virtual.
No que tange às novidades anunciadas na segunda-feira passada durante o primeiro dia de conferência, Gruber questionou o objetivo da companhia com o novo formato de arquivo USDZ1Universal Scene Description, ou Descrição Universal de Cenas., criado pela Apple e otimizado para compartilhamento e gráficos 3D.
De acordo com Rockwell, o intuito da companhia com o novo formato é universalizar os documentos em 3D, algo mais ou menos como o formato PDF.
Uma das coisas que tem sido um desafio é que existem vários formatos de arquivos diferentes. Não havia um formato otimizado para fornecer uma experiência de AR. Queríamos criar algo como “o PDF da realidade aumentada”.
Nós trabalhamos junto à Pixar e depois com a Adobe. Nós nos conectamos também com todos os outros grandes fornecedores de ferramentas 3D. O que eles estão nos dizendo é que fornecerão suporte nativo para esse formato em suas ferramentas.
A conversa se estendeu (por bastante tempo) em relação aos novos recursos de realidade aumentada disponibilizados com o ARKit 2.0.
Em seguida, Gruber introduziu as novidades do iOS 12 enfatizando a performance do sistema em dispositivos mais antigos — a exemplo do iPhone 5s e do iPhone 6 Plus — e “cutucou” os executivos da Apple perguntando-lhes se a Apple intencionalmente diminui o desempenho de iPhones mais antigos com os novos softwares.
Joswiak brincou dizendo que esse é o pensamento dos mais absurdos e disse que a Apple focou na performance de dispositivos mais antigos sob uso intenso.
Esse é o pensamento mais louco do mundo. Nós vamos entregar aos usuários uma péssima experiência e então eles vão e compram nosso novo produto? Com relação ao ponto que você destacou, tem acontecido tantas coisas que as pessoas se esqueceram o quão importante são as atualizações de software. Através dos anos, nós desenvolvemos atualizações incríveis.
O que queríamos fazer era destacar uma atenção especial aos dispositivos mais antigos sob carga. Os aparelhos se saem bem nos testes em laboratórios, mas algumas pessoas fazem uso mais intenso do que outras. São essas pessoas que experimentaram mais lentidão.
O apresentador comentou também recursos outros recursos do iOS 12 como as novas funções do Não Perturbe, os avanços da Siri e o Tempo na Tela. Com relação ao último, Joswiak defende que a Apple sabia que era momento de fornecer esse tipo de informação para os usuários.
Este recurso não é uma reação a algo que aconteceu nos últimos meses. A equipe está trabalhando nisso há mais de um ano. O que sabíamos que tinha que estar certo era a informação e permitir que as pessoas saibam por quanto tempo estão usando os aplicativos, em diferentes categorias de aplicativos, quantas notificações você está recebendo e de onde suas notificações estão chegando.
Até quantas vezes você pegou o dispositivo é realmente muito interessante ver. Eu acho que 95% das pessoas vão querer ver essas informações. Isso os ajuda a entender e equilibrar o uso com os aparelhos.
O destaque com relação ao macOS Mojave ficou por conta do Modo Escuro. De acordo com Joswiak, o novo recurso foi implementado com base no uso por profissionais de edição e programação.
Profissionais querem que seu conteúdo apareça na tela e que todo o resto diminua. E para o resto de nós, é muito legal.
Por fim, Joswiak comentou a aproximação entre aplicativos desenvolvidos para iOS e macOS, defendendo que existem apps para iOS que seriam incríveis no Mac.
Há muitos aplicativos para iOS. Nem todos serão ótimos aplicativos para Mac, mas muitos deles serão ótimos. Se fizermos nosso trabalho corretamente, não deve haver muito trabalho para que isso aconteça.
Para quem quiser conferir o papo na íntegra (em inglês, é claro), o vídeo está logo aí em cima. 😉
via 9to5Mac
Notas de rodapé
- 1Universal Scene Description, ou Descrição Universal de Cenas.