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Review: AirFly, um moderno transmissor para fones de ouvido Bluetooth

AirFly

Há cerca de um mês, cobrimos aqui no site o lançamento do AirFly, um transmissor de áudio para fones de ouvido Bluetooth lançado pela tradicional fabricante de acessórios Twelve South.

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Como seu próprio nome já indica, uma das principais funções do AirFly é permitir que donos de AirPods assistam a filmes durante voos, conectando o acessório na portinha de 3,5mm no sistema multimídia de aviões.

Mas será que é só isso? E o que faz do AirFly diferente de qualquer outro transmissor Bluetooth disponível no mercado? É sobre o que falarei nos parágrafos a seguir.

Design

O AirFly é uma pecinha branca de plástico bem simples. Ele mede 33x46x10mm e pesa apenas 15,6g — o que, devo dizer, em combinação com o material utilizado definitivamente não nos dá uma sensação muito premium. Ele de longe até parece com o estojo dos AirPods, mas nas mãos o feeling é de um brinquedinho qualquer.

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Olhando de frente, vemos o nome do produto e um botão circular com o logo da Twelve South. Atrás, marcações regulamentares; não temos nada embaixo e, em cima, é onde conectamos o cabinho de 3,5mm e onde temos também uma portinha Micro-USB para recarga.

AirFly

Não há nenhum switch físico, ajustes especiais e nem um app. Você liga, desliga e controla o AirFly pelo único botão frontal, seja clicando uma vez ou clicando e segurando. Em volta dele, temos um LED de duas cores que indica certos estados:

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  • Ligando: LED branco pisca duas vezes.
  • Modo de emparelhamento: LEDs branco e laranja piscam alternadamente.
  • Modo de standby desconectado: LED branco pisca duas vezes a cada 5 segundos.
  • Modo de standby conectado: LED branco ligado.
  • Pouca bateria: LED laranja pisca 3 vezes.
  • Recarregando: LED laranja ligado.
  • Totalmente recarregado: LED laranja desliga.

Na caixa, além do AirFly em si, recebemos um cabinho de 3,5mm, um cabo USB para recarga, uma bolsinha macia para guardá-lo e um pequeno manual de instruções [PDF].

Emparelhando

Não é que eu ache que o AirFly merecia uma complexidade a mais como um app dedicado, mas no mundo atual é um pouquinho estranho lidar com um dispositivo sem “interface” nenhuma. E a gente percebe isso quando vai emparelhá-lo com os AirPods.

AirFly

Para fazer isso, você precisa apertar e segurar o botão do AirFly até ele entrar em modo de emparelhamento. Aí, com os AirPods no seu estojo de recarga, abrir a tampa superior e apertar o botão que fica atrás do estojo até a luzinha branca começar a piscar. Em instantes, teoricamente, essa luzinha se torna verde e o LED do AirFly fica branco.

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Digo “teoricamente” porque nem sempre é fácil, assim. Tive algumas vezes dificuldade de colocar o AirFly em modo de emparelhamento e em outra vez, sei lá por que, ele emparelhou apenas um dos AirPods. Claro, foi só refazer o processo para tudo ficar okay, mas acaba sendo um pouco chato.

Embora o AirFly tenha sido concebido pensando nos AirPods, ele pode ser usado perfeitamente com qualquer fone de ouvido Bluetooth. Neste caso, o processo de emparelhamento é idêntico — você só precisa saber como colocar o seu fone em modo de emparelhamento para que ele se comunique com o AirFly.

Veja o vídeo:

Bateria

De acordo com a Twelve South, o AirFly tem uma autonomia de incríveis 8 horas e é completamente recarregado em apenas 2.

Nestas semanas de testes com o AirFly, eu ainda não o recarreguei nenhuma vez depois da carga inicial que dei quando o recebi. Claro que tenho usado pontualmente aqui e ali, mas estimo já ter passado de 6 horas de uso e, obviamente, ainda não vejo o LED indicando pouca bateria.

Não vou aqui cravar com absoluta certeza de que a promessa da fabricante será cumprida, mas me parece que sim. Basicamente, estamos falando de uma autonomia suficiente para você assistir a uns quatro filmes num voo. Nada mau!

Performance e qualidade

Chegamos, então, ao ponto que creio ser o grande diferencial do AirFly. Eu obviamente não testei muitos transmissores Bluetooth por aí, mas já conheci alguns e o grande problema deles para propósitos como os do AirFly era o atraso (delay) na transmissão do som.

Se você vai ouvir música, esse atraso pouco importa. No máximo, você o sentirá quando estiver passando manualmente de uma música para outra — você vê a reprodução começando na tela do smartphone, por exemplo, mas o som só começa a sair 1-2 segundos depois. Não há nada que precise ser sincronizado nesse caso, então não chega a ser um problema.

Quando estamos falando de vídeo, porém, é impraticável assistir a qualquer coisa se o áudio não bate com a imagem. E essa era a realidade de fones de ouvido Bluetooth, bem como transmissores como esse, até um tempo atrás. Lembro-me bem de quão frustrante era não poder usar fones de ouvido sem fio por causa disso.

A tecnologia felizmente evoluiu e, hoje, eu uso os AirPods para qualquer coisa — seja para ouvir música ou assistir a filmes/séries no iPhone, iPad, Apple TV e até no Mac. A sincronização é perfeita e a experiência, exatamente dentro do esperado. Confesso, porém, que tive dúvidas quanto a isso antes de testar o AirFly.

Ocorre que, embora a transmissão entre o AirFly e os fones de ouvido seja digital (Bluetooth 4.1), a conexão entre o dispositivo de saída e o AirFly é analógica (cabo de 3,5mm). Ou seja, para o dispositivo, é como se você estivesse usando fones de ouvido com fio, sem atraso nenhum. Isso significa que o software não precisa fazer nenhum ajuste na reprodução de conteúdos para que a sincronização de áudio/vídeo seja perfeita.

O que eu posso lhes dizer, de cara, é que isso não é um problema para o AirFly. Testei ele em diversos cenários — conectado à porta de 3,5mm do meu Mac, ao iPad, a um antigo iPod e até à televisão da minha sala — e a performance foi impecável.

Talvez, se você for muito “picuinha”, perceberá um delay mínimo. E, quando eu digo “mínimo”, falo em milissegundos — nada como as supracitadas antigas experiências ruins com fones Bluetooth. Posso afirmar, sem sombra de dúvida, que é algo imperceptível para a grande maioria das pessoas.

A qualidade de áudio também é excelente, tal como se fosse uma transmissão 100% digital. É curioso porque, se você mexer um pouquinho no cabo de 3,5mm conectado ao AirFly, ouvirá nos seus fones de ouvido sem fio aquele “mal contato” tradicional, o que é um pouco esquisito nesse cenário. Só uma curiosidade, mesmo.

Usos

A Twelve South optou por nomear e promover o AirFly como um transmissor perfeito para quem quer usar os AirPods em voos, e esse é realmente um propósito e tanto para o acessório. Mas, obviamente, ele não serve só para isso.

Com o AirFly, você pode basicamente conectar seus AirPods (ou quaisquer outros fones de ouvido sem fio) a qualquer dispositivo que não disponha da tecnologia Bluetooth para tal — como iPods antigos, televisores, videogames, sistemas de som de carros, esteiras/bicicletas em academias e por aí vai.

Por aqui, estou fazendo um uso bastante inusitado dele. Quando gravamos nossos podcasts, eu uso um MiC da Apogee para captar minha voz e, obviamente, algum fone de ouvido. Além de gravar a minha voz, eu também gravo as vozes de todo mundo num canal separado (usando o ScreenFlow). Ocorre que, com os AirPods, o ScreenFlow não consegue gravar as vozes de todo mundo — então desde sempre tenho que usar um fone convencional com fio para as gravações do podcast.

Já sacaram a coisa aí, né? Como o AirFly conecta-se ao Mac pela porta de 3,5mm, ele é enxergado pelo sistema — e pelo ScreenFlow — como um fone de ouvido com fio convencional. Com isso, posso agora pela primeira vez usar meus AirPods durante as gravações do nosso podcast! E funciona, é claro, perfeitamente.

Conclusão

O AirFly cumpre a promessa com louvor. A usabilidade — especialmente no quesito emparelhamento — não é perfeita, mas deve-se pensar que não é algo que você fará diariamente.

Sem dúvida nenhuma, ele se tornará um companheiro imprescindível em futuras viagens. Mal posso esperar para usá-lo num voo, de fato, porque ninguém merece aqueles foninhos vagabundos que distribuem no avião.

A brincadeira não é muito baratinha, porém. A Twelve South cobra US$40 por ele (também está à venda na Amazon.com), e em cima disso ainda entra frete pro Brasil e possíveis (elevadas) taxas alfandegárias cobradas pela nossa querida Receita Federal.

Falando especificamente do produto em si, eu recomendo. Certamente há inúmeras opções (bem) mais baratas de transmissores Bluetooth no mercado, mas duvido que elas ofereçam o mesmo nível de qualidade de áudio, longa autonomia de bateria e, principalmente, ausência de delay como o AirFly.

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