As vendas do Apple Watch vão muito bem, obrigado. Apesar de a Apple não informar nos seus resultados financeiros os números relacionados ao relógio por questões estratégicas — ainda estamos falando de um segmento recente, afinal —, pesquisas como as da Counterpoint mostram ele está trilhando um caminho de sucesso.
Segundo o último relatório da firma de pesquisas, o Apple Watch detém 41% do mercado. Um mercado, aliás, que não para de crescer, já que as vendas do segundo trimestre de 2018 subiram 37% se comparadas às do mesmo período do ano passado.
É verdade que a participação da Apple caiu de 48% para 41%, mas vale ressaltar que estamos no fim do ciclo do Apple Watch Series 3 e que, em algumas semanas, o “Apple Watch Series 4” será apresentado ao mundo — provavelmente fazendo com que a empresa volte a ter um ótimo desempenho comercial. Ainda assim, as vendas ano a ano da Maçã cresceram 17%. O ponto é que elas foram ofuscadas pelo desempenho espetacular da Fitbit (graças ao sucesso do Versa), que passou de 8% de market share para 21%.
Outra que teve um bom desempenho foi a Garmin, com um crescimento nas vendas ano a ano de 35%, mantendo 3% do mercado. Já a Samsung viu suas vendas caírem 43%, de 2017 para 2018. A empresa, contudo, lançou recentemente o Galaxy Watch e espera virar esse jogo com ele.
Segundo Flora Tang, analista de pesquisa da Counterpoint, as plataformas proprietárias continuam dominando o mercado de smartwatches, impulsionado principalmente pelo watchOS (da Apple) e pelo Fitbit OS. Os relógios híbridos, que são na sua maioria smartwatches tela sensível ao toque e com base em sensores, de plataformas proprietárias (a maioria de marcas suíças), caíram 22% no período.
A mudança para o Android Wear Wear OS ainda não aconteceu como no mercado de smartphones — e isso, segundo Tang, se deve (em parte) ao foco menor, à interface de usuário menos intuitiva e às parceiras feitas pelo Google nos últimos anos. O Google espera mudar isso com o lançamento do Wear OS 2.0, mas precisará de uma revisão completa da interface do usuário, de poderosas integrações com as principais experiências do Android e da criação de importantes parcerias.
A parte mais surpreendente do relatório da Counterpoint, contudo, tem a ver com a divisão de vendas do Apple Watch. Segundo Neil Shah, diretor de pesquisa da empresa, apesar do entusiasmo inicial em torno do Apple Watch Series 3 (nos dois primeiros trimestres de vendas do produto), consumidores estão realmente escolhendo o Series 1 como a opção definitiva sem conectividade celular. E essa preferência pelo Series 1 representou nove em cada dez relógios vendidos no segundo trimestre de 2018!
Embora isso seja ótimo para a Apple (analisando tudo de um ponto de vista de ecossistema), a partir de uma perspectiva de preço médio de venda (average selling price, ou ASP) é algo ruim, já que o Series 1 é smartwatch mais em conta da Maçã; comparativamente, no mercado de smartphones, os mais aparelhos populares são justamente os produtos mais caros da empresa (o iPhone X e o 8 Plus).
É… que venha o “Apple Watch Series 4”!
via 9to5Mac