Nos últimos meses, abriu-se uma expectativa de vermos a chegada do AirPower ao mercado neste mês de setembro. Até especularam sobre um possível preço de US$150 pelo acessório, mas o evento especial dos novos iPhones veio sem menção nenhuma a ele, como discutimos nesse editorial.
É claro e evidente que tudo isso aconteceu devido a problemas técnicos com o produto, mas de ontem para hoje Sonny Dickson trouxe alguns possíveis detalhes extras sobre essas dificuldades enfrentadas pela Apple. São três principais problemas, segundo fontes dele:
- Gerenciamento de calor: os protótipos atuais do AirPower superaquecem facilmente, o que acaba prejudicando a recarga dos devices colocados sobre ele e afeta inclusive o funcionamento do seu chip de gerenciamento de energia (que roda uma versão especial do iOS).
- Comunicação entre dispositivos: conforme a Apple demonstrou no anúncio original do AirPower, poderemos ver na tela do iPhone o estado de recarga do Apple Watch e dos AirPods colocados sobre a base. Essa comunicação entre os aparelhos ainda apresenta muitos bugs, gerando imprecisão em níveis gerais de recarga.
- Problemas mecânicos e de interferência: o complexo mecanismo interno do AirPower, que é composto de algo entre 21 e 24 bobinas de forma a acomodar os três devices colocados sobre ele, continua sendo um desafio para o time de engenharia da Apple. Inúmeros designs foram testados, mas ainda há sérios problemas de interferência, que reduzem a eficiência de recarga e contribuem para o superaquecimento do AirPower.
Pedidos de patente registrados pela Apple dão uma vaga ideia da complexidade da coisa:

A esse ponto, considerando o fato de que a Apple retirou quase todas as referências ao AirPower do seu site, já há uma grande dúvida se ele algum dirá verá a luz do dia. Se isso acontecer, é praticamente certo que não será mais em 2018 e, possivelmente, o produto final será um tanto diferente do que foi originalmente apresentado (no mínimo, talvez um pouco mais largo e grosso).
Não é incomum vermos a Apple trabalhando em produtos “corriqueiros” e introduzindo conceitos e funcionalidades totalmente diferentes, que colocam a sua versão num patamar diferente do resto do mercado (inclusive no fator preço). Parece ser exatamente o caso aqui, mas pode ser que ela tenha sido um pouco ousada demais nos pré-requisitos desse projeto — ao menos considerando as limitações técnicas atuais.
E, obviamente, a Maçã errou brutalmente ao anunciar o AirPower num estágio em que ele claramente não estava nem sequer perto de ficar pronto para ser posto à venda.