Há alguns meses, falamos aqui sobre uma reunião da Apple e de outras empresas de tecnologia com o governo dos EUA para discutir possíveis formas de coibir a disseminação das famigeradas notícias falsas (fake news) — uma das grandes preocupações da atual era da informação que tem, inclusive, influenciado o rumo de países inteiros e de eleições ao redor do mundo.
Agora, parece que a Maçã está começando a tomar as primeiras medidas para coibir esse tipo de conteúdo enganoso e/ou sensacionalista.
A primeira ação da empresa nesse sentido tem a ver com o recurso Sugestões da Siri, do Safari — que sugere o conteúdo mais relevante baseado no que você digita na barra de buscas do navegador, incluindo vídeos do YouTube, mídias da iTunes Store ou artigos da Wikipédia. Ao longo dos últimos dias, vários links considerados questionáveis, com notícias falsas ou teorias da conspiração já comprovadas como improcedentes, foram removidos da ferramenta.
A medida vem após uma reportagem do BuzzFeed News, a qual indicou que o recurso Sugestões da Siri estava trazendo à tona (e reforçando a popularidade de) vários vídeos ou artigos de qualidade duvidosa, tratando de forma irresponsável, sensacionalista ou mentirosa assuntos que vão desde a negação do Holocausto até o chamado Pizzagate (teoria da conspiração já desmentida que envolveu o Partido Democrata durante as eleições presidenciais de 2016, nos EUA), passando por conteúdos anti-vacina ou até mesmo enaltecedores de movimentos de supremacia branca.
Todos os exemplos oferecidos pela reportagem foram removidos da ferramenta pela Apple, que emitiu o seguinte comunicado:
As sugestões de sites da Siri vêm do conteúdo da internet e nós oferecemos curadoria para evitarmos a recomendação de sites inapropriados. Nós também removemos quaisquer sugestões inapropriadas quando as reconhecemos, como fizemos com essas. Nós continuaremos trabalhando para oferecer apenas resultados de qualidade e os usuários podem nos informar de sugestões que considerem inapropriadas no email applebot@apple.com.
Ainda de acordo com o BuzzFeed, os resultados duvidosos gerados pelo Safari são fruto de um “vazio de dados” em torno de certos itens de busca — ou seja, se uma palavra-chave ou termo não traz resultados informativos naturais que possam ser interpretados pelo navegador, ele pega sites ou conteúdos aleatórios ou de muitas visualizações (como costumam ser essas páginas sensacionalistas) sem analisar o seu grau de confiabilidade ou qualidade.
Juntando isso às medidas de combate às notícias falsas na plataforma News, a Apple parece já ter uma ideia muito clara de como (começar a) combater o perigo do conteúdo danoso na internet. Se será o suficiente, teremos que aguardar para ver.
via AppleInsider