É o fim de uma era. Logo após a Fnac encerrar suas operações no Brasil e a Livraria Cultura entrar com pedido de recuperação judicial, uma de suas principais concorrentes também mostra que está mal das pernas.
O MacMagazine apurou hoje que a Livraria Saraiva fechou, de uma vez só, todas as suas lojas da rede iTown (Apple Premium Reseller). A grande maioria dos empregados foi dispensada.

Lembro-me como hoje da inauguração da iTown do Shopping da Bahia (até então, Shopping Iguatemi), em abril de 2010. Além dela, a rede contava com outras sete lojas: Salvador Shopping, Flamboyant Shopping Center (em Goiânia), Shopping Recife, RioMar Shopping Recife, Barra Shopping (no Rio de Janeiro), Shopping Vitória e Natal Shopping.
O site da iTown continua no ar, mas todas as oito lojas físicas amanheceram hoje com um aviso similar ao da foto acima. O contrato da Saraiva com a Apple foi encerrado e, além disso, é provável que a varejista em breve nem mais trabalhe com equipamentos eletrônicos.
Conforme noticiou recentemente a Folha de S.Paulo, a situação da Livraria Saraiva está de mal a pior. A rede tem hoje uma dívida líquida de R$285 milhões e levará ao menos 12 anos para pagá-la, isso se não acumular novas dívidas e mantiver um bom plano de recuperação financeira.
Pena, grande pena.
Atualização 29/10/2018 às 17:38
A Saraiva enviou um comunicado ao MacMagazine sobre as mudanças, embora não cite a rede iTown especificamente:
A Saraiva informa que, ante os desafios econômicos e operacionais do mercado e indicadores que retratam uma mudança na dinâmica do varejo, tem tomado uma série de medidas voltadas para a evolução da operação e perenidade do negócio.
Em linha com sua estratégia, as iniciativas refletem um esforço da companhia em obter rentabilidade e ganho de eficiência operacional, dentro de uma estrutura mais enxuta e dinâmica. Nesse sentido, as medidas adotadas pela companhia incluem o fechamento de algumas lojas. Com este movimento, a empresa dá continuidade ao seu plano de transformação, que inclui aberturas, reformas e fechamentos de unidades, a fim de manter sua operação saudável e cada vez mais multicanal. […]
O comunicado na íntegra é extenso, mas confirma que a empresa se dedicará mais ao segmento de livros, ofertando também produtos de papelaria, games, filmes e música. A parte de eletrônicos/tecnologia passará a ser exclusiva do seu ecommerce, por meio de marketplaces.