O mundo acompanha com atenção os desdobramentos da relação cada vez mais instável entre os Estados Unidos e a China, com foco na guerra comercial que está a se instalar entre as duas maiores potências do mundo. Um aspecto do imbróglio, em especial, interessa aos consumidores americanos e do mundo todo: a promessa de Donald Trump de aumentar os impostos de itens fabricados no país da Muralha de 10% a 25% — iPhones e MacBooks incluídos.
Agora, um pequeno silvo de esperança surgiu: como informou a Reuters, o presidente americano anunciou no último sábado que vai suspender por 90 dias os planos de aumento de tarifas — e, nesse período, negociará com o governo chinês “mudanças estruturais” em pontos-chave da disputa comercial entre os países, como proteção de propriedade intelectual, transferência forçada de tecnologias e intrusão cibernética.
As novidades saem diretamente de Buenos Aires, onde Trump se reuniu com o presidente da China, Xi Jinping, e outras figuras importantes do Partido Comunista após a reunião do G20. Segundo o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, o acordo é um marco para o futuro das relações entre os dois países, que, segundo ele, serão agora marcadas pela cooperação e pela estabilidade.
A suspensão do aumento das tarifas já traz uma contrapartida prática para a China, que se comprometeu a aumentar substancialmente a compra de produtos americanos dos setores de agricultura, energia e indústria; o país também afirmou que vai investigar e processar traficantes de fentanil, um opiáceo 50x mais viciante que a heroína e que tem saído com frequência dos portos chineses.
Resta saber, agora, se esse período de amistosidade vai perdurar por muito tempo. Ao menos por ora, iPhones, MacBooks e outros bens de consumo estão livres do aumento das taxas, mas daqui a 90 dias… ninguém sabe o que pode acontecer.
A notícia, é claro, surtiu um efeito positivo nas ações de gigantes de tecnologia com a Apple, que seriam diretamente afetadas pela nova política, e também em bolsas de valores espalhadas pelo mundo (inclusive a brasileira).
via Cult of Mac