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Os 5 grandes erros da Apple em 2018

iPhone com componentes expostos (bateria)

Nós já destacamos os 5 grandes acertos da Apple em 2018. Que tal falar, agora, do que não deu muito certo para a Maçã? Afinal, 2018 não foi dos melhores para a empresa — apesar de ter chegado a valer mais de US$1 trilhão, a $AAPL está agora na casa dos US$150 (resultando num valor de mercado de ~US$715 bilhões), fruto de muitas dúvidas relacionadas, principalmente, ao futuro do iPhone (que, como sabemos, já não vende vende mais como no passado).

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Vamos à nossa lista!

Preços

Eu não preciso falar dos preços da Apple praticados aqui no nosso querido país. Todos sabem que, por aqui, os produtos da Maçã são supervalorizados numa mistura de estratégia (escolha da própria empresa) e impostos (o famoso custo Brasil). Mas a verdade é que os valores dos produtos Apple estão incomodando até americanos.

É difícil dizer onde tudo exatamente começou, mas se eu fosse arriscar, diria que foi com o MacBook Pro com Touch Bar em 2016. De lá para cá, tudo foi aumentando de preço — o exponente máximo dessa nova estratégia foi o iPhone X, que ajustou a base dos novos flagships da Apple para nada menos do que US$1.000. Mas o fato é que não foi apenas o iPhone que viu seu preço subir: basicamente todos os produtos da empresa sofreram um bom reajuste — no caso do Mac mini, por exemplo, estamos falando de estrondosos 60%!

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A Apple está precificando seus produtos fora do mercado? Pessoalmente, eu penso isso da era Cook.

70%: Sim
12%: Não, os preços estão bons
18%: Aumento justificado

.

Os aumentos de ontem:
MacBook Air: 999 -> 1199 (+20%)
Mac mini: 499 -> 799 (+60%)
iPad Pro de 10,5″: 649 -> 799 (+23%)
iPad Pro 12,9″: 799 -> 999 (+25%)

Isso é surreal. É difícil acreditar que apenas algumas pessoas estejam comentando isso.

Lembrando que esse cenário é lá fora; aqui, a coisa chegou a um nível difícil até de comentar, com MacBooks Pro custando até R$58.600, Macs mini até R$34.200, iPads Pro até R$15.600 e assim por diante.

A confusão da linha de notebooks

Se por um lado a Apple acertou ao lançar o novo MacBook Air com Touch ID, ela deixou a linha de notebooks bastante confusa. Se você busca portabilidade (e levando em conta alguns outros aspectos que não podemos descartar, como especificação), qual é o notebook ideal: um MacBook de 12″ ou um MacBook Air? Será que vale mais a pena comprar um MacBook Pro sem Touch Bar ou um MacBook Air com Touch ID?

Família atual de Macs (Mac mini, MacBook Air, iMac, MacBook Pro e MacBook)

A culpa, como podemos ver, é do novo MacBook Air que chegou ocupado um espaço maior do que o antigo portátil; e não haveria nenhuma confusão se a Apple simplesmente tirasse o MacBook e o MacBook Pro sem Touch Bar de cena, por exemplo; ao deixar todas essas opções disponíveis para consumidores, a Apple foge da sua principal “tradição” que é ter uma linha de produtos simples e bastante autoexplicativa, facilitando a escolha do cliente e evitando possíveis frustrações.

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Para completar ainda mais essa bagunça, a empresa ainda continua oferecendo como opção para compra o antigo MacBook Air. Cadê a coragem para simplificar as coisas, Apple?!

AirPower, cadê você?!

O AirPower, base de carregamento sem fio da Apple, foi anunciado em 2017. A expectativa era que tal acessório chegasse ao mercado no começo de 2018. Bom, o ano passou e… nada de AirPower.

Base de recarga AirPower com iPhone X Plus, o Apple Watch Series 3 e o AirPods

Eu não tenho nenhuma dúvida de que existem ótimas explicações para que o produto não tenha visto ainda a luz do dia — todas elas para lá de justificáveis, tenho certeza. O que eu não “perdoo” é uma empresa que sempre falou mal da concorrência (que muitos apresentam produtos ainda em fase de prototipagem só para gritar aos quatro cantos que foram os primeiros a lançar tal coisa) cometer justamente esse erro, anunciando algo que ainda estava numa fase inacabada do projeto e que acabou não conseguindo ficar pronto em tempo hábil.

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Isso depois de muitos outros atrasos e problemas envolvendo outros produtos como AirPods, HomePod, etc. Que papelão, Apple…

A polêmica das baterias

O problema aconteceu em 2017, mas o resultado em si nós sentimos agora, em 2018. De forma inesperada (pelo menos para a empresa), usuários descobriam que a performance de iPhones estava sendo intencionalmente reduzida a fim de poupar baterias já desgastadas de um possível desligamento inesperado. Ou seja: se a bateria do seu iPhone estava fincando velha, o aparelho paralelamente ficava lento.

iPhone com componentes expostos (bateria)

É claro que ninguém gostou disso e a Apple teve que se desculpar publicamente, colocando em prática duas medidas: 1. ofereceu a troca de baterias por um preço promocional (bem mais em conta, por um período determinado); 2. lançou uma atualização de software que deixou tudo mais claro em relação ao funcionamento/desempenho do sistema, dando inclusive a opção para que usuários desabilitem a redução do poder de processamento da CPU1Central processing unit, ou unidade central de processamento., caso assim desejem.

Mesmo com todas essas atitudes, a história ficou feia para a Apple, que se viu emaranhada a diversos ações coletivas espalhadas pelo mundo — sem falar de algumas multas que a empresa tomou de governos que não gostaram nada da atitude deliberada da empresa.

Briga com a Qualcomm

Se a Apple se sente prejudicada, ela tem mais é que buscar a justiça. Não há absolutamente nada errado nisso. O problema, aqui, é que tal briga acabou prejudicando clientes.

De forma bem resumida, a Qualcomm sempre foi a parceira da Apple no fornecimento de modems para iPhones; em 2017, porém, uma grande briga entre as empresas estourou: a Maçã se sentiu prejudicada por ter que pagar não apenas pelo componente (modem) em si, mas também por ainda ter que repassar royalties (um determinado percentual do valor final de iPhones) para a empresa.

Se a Qualcomm pode ou não cobrar em duas frentes diferentes, é a justiça que tem que dizer; mas, por conta dessa briga, a Apple se viu obrigada a utilizar os chips da Intel, que são reconhecidamente piores que os da Qualcomm em velocidade.

Para completar, em 2018 tivemos o retorno de um cenário que aconteceu pela última vez lá atrás, quando a Apple lançou o iPhone 5s: muito provavelmente por conta da tecnologia empregada nos modems da Intel, os modelos americanos dos iPhones XS, XS Max e XR não são compatíveis com todas as bandas 4G utilizadas aqui no Brasil. Se em 2015, 2016 e 2017 clientes poderiam aproveitar suas viagens para os EUA e comprar um iPhone tranquilamente numa loja da Apple sem se preocupar se ele funcionaria perfeitamente no Brasil, em 2018 essa dúvida voltou a nos rodear.

Vale esclarecer que os iPhones comprados nos EUA funcionam, sim, no Brasil; contudo, eles suportam apenas duas das três bandas 4G (3, 7 e 28) utilizadas aqui. E uma consequência direta dessa falta de suporte à banda 28 nos modelos americanos é que tais iPhones não podem se conectar ao que chamamos de 4,5G.

Se isso é fruto da utilização do chip da Intel pela Apple, não sabemos ao certo. Ainda assim, é consenso que os modems da Qualcomm são melhores tecnologicamente falando — a empresa, por exemplo, já está pronta para o 5G enquanto a Intel ainda está correndo para deixar tudo do jeito que a Apple precisa.

Como eu disse, a Apple precisa defender o que ela acha ser o correto, mas é uma pena que clientes se prejudiquem no meio do caminho.

·   •   ·

Obviamente, estamos falando aqui de um artigo bastante opinativo; e você, colocaria algum outro tropeço da Apple de 2018 nesta lista?

Notas de rodapé

  • 1
    Central processing unit, ou unidade central de processamento.

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