Como informamos, aconteceu hoje no Steve Jobs Theater, em pleno Apple Park, a reunião anual de acionistas da Apple, com participação de boa parte dos executivos e diretores da Maçã — e, claro, do CEO Tim Cook. No geral, a reunião não trouxe grandes novidades ou revelações, mas uma parte dela chamou atenção: a crítica, vinda de um grupo de acionistas conservadores, de que a Apple seria “liberal demais”.
O assunto começou quando o acionista Justin Danhof, que é também um defensor de causas conservadoras, acusou as políticas de diversidade da Apple de serem “sexistas e racistas” — contra homens e pessoas brancas, presumivelmente. A partir daí, um grupo de acionistas conservadores se uniu, acusando a empresa de adotar políticas excessivamente liberais e constituir um corpo diretor sem representações conservadoras.
Para tentar coibir o suposto problema, o grupo conservador National Center for Public Policy Research propôs uma medida: que todos os diretores da Apple, atuais e futuros, revelassem nominalmente suas “perspectivas ideológicas” para que a mesa diretora da empresa tenha membros de todas as partes do espectro político. A proposta foi rejeitada por 98,3% dos acionistas presentes.
O próprio Tim Cook participou da discussão, afirmando que a Apple tem políticas, e não posicionamentos políticos. O CEO afirmou que a empresa é “a favor do capitalismo, do meio-ambiente, da imigração” e “acredita fortemente na privacidade”, adicionando que, para a Maçã, esses aspectos “não são ideológicos — são apenas políticos”.
Cook admitiu que, na sociedade extremamente polarizada de 2019, alguns desses assuntos podem soar ideológicos, mas ele não vê a problemática dessa forma. De fato, quase todas as ações da Apple realizadas no campo social podem ser alinhadas a um posicionamento mais liberal — basta ver os constantes embates do seu CEO com o presidente americano, Donald Trump, do Partido Republicano.
Tirando esse pequeno imbróglio, a reunião de acionistas da Apple correu sem novidades significativas. Uma declaração a ser destacada veio do próprio Cook, o qual afirmou que uma das eventuais metas da empresa é diminuir o preço dos novos MacBooks Air com tela Retina — atualmente, eles partem de US$1.200.
O CEO afirmou ainda que a Apple tem um planejamento “incrível” para o futuro e que, em breve, apresentará produtos que vão impressionar o mundo — o que, mesmo sendo uma platitude (nenhum CEO dirá “vamos apresentar produtos horrorosos”, afinal), não deixa de aguçar nossa curiosidade para os prospectos do “Apple Video”, do novo Mac Pro e, eventualmente, do projeto de carros autônomos da Maçã.
As ações da Apple subiram cerca de 1% ao longo do dia, o que indica que a recepção dos acionistas e do mercado financeiro para com a reunião foi (minimamente) positiva.
via Cult of Mac