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Apple não quer exclusividade de eventos esportivos em sua plataforma de streaming

A “sala de esportes” da Apple | Imagem: Sports Illustrated
Sala de esportes da Apple

Enquanto segunda-feira que vem não chega, ficamos aqui especulando quais serão as principais áreas de atuação da Apple na sua vindoura plataforma de streaming. A parte dos filmes e séries já está muito bem desenhada, bem como as possíveis parcerias com outras plataformas, mas há um segmento que ninguém sabe ainda como será tratado (se é que será): o de esportes.

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Uma matéria recente da Sports Illustrated mostrou que a Maçã está, de fato, atenta a esse mercado, mas não tem intenção de se tornar uma competidora de redes consolidadas como a ESPN ou a FOX Sports — ou seja, não há qualquer plano, na Apple, de conquistar direitos exclusivos para a transmissão de jogos. A ideia é bem mais direcionada para a área de curadoria, em que o usuário poderá reunir suas plataformas de streaming esportivo e saber o que há de bom ao vivo ou passando em breve.

A reportagem dá detalhes sobre um “quarto de vigilância de esportes” da Apple, uma sala dentro do seu complexo de escritórios da Results Way, em Cupertino. Por lá, uma série de empregados passa boa parte dos seus dias monitorando transmissões de todos os tipos de esportes — de grandes eventos do futebol e do futebol americano, passando partidas de pequenos torneios de tênis, lacrosse universitário e até curling.

A ideia é tornar a experiência mais enriquecedora para quem assina as plataformas de esporte no app Apple TV, e mandar notificações de momentos importantes ou de interesse. Com o monitoramento constante do que acontece no mundo esportivo, a equipe da Apple pode avisar um usuário interessado em tênis que uma partida absolutamente fenomenal entre dois jogadores relativamente pouco conhecidos está em curso, por exemplo.

Sala de esportes da Apple
A “sala de esportes” da Apple | Imagem: Sports Illustrated

Com base nessa atividade, o vice-presidente sênior de software e serviços de internet da Maçã, Eddy Cue, explicou o motivo para a Apple se manter longe dos contratos de exclusividade:

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Você não pode adquirir tudo, então em algum ponto você precisa resolver alguns outros problemas. Você não pode projetar somente a intenção de obter direitos porque, se essa é a única coisa que você faz, você sempre permanecerá pequeno. E, atualmente, a Apple raramente é pequena.

Se vocês querem minha opinião, o posicionamento da Apple nesse caso é positivo: é bem melhor que ela atue como uma “supervisora”, abraçando conteúdo de todas as fontes, do que como uma competidora — todos nós sabemos como é horrível quando emissoras resolvem guerrear pelos direitos de transmissão de algum torneio e somos obrigados a usar o Facebook para ver um jogo da Champions League, por exemplo.

Fica a torcida, portanto, para que a Apple possa aprimorar ainda mais esse seu papel — e expandi-lo para outros países, também.

Cinco séries já filmadas

Ainda falando sobre a plataforma de streaming da Maçã, o New York Times revelou recentemente que cinco das séries anunciadas (não-oficialmente, é bom notar) para o serviço já tiveram suas filmagens concluídas.

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São elas: o suspense “Are You Sleeping?”, com Octavia Spencer; o drama espacial “For All Mankind”, comandado por Ronald D. Moore; o thriller sobrenatural de M. Night Shyamalan, ainda sem nome; a comédia (também ainda sem nome) com Charlie Day e Rob McElhenney; e, por fim, o drama biográfico “Dickinson”, no qual Hailee Steinfeld vive a escritora Emily Dickinson.

Octavia Spencer
Octavia Spencer

Outras produções, como a comédia dramática estrelando Jennifer Aniston e Reese Witherspoon, estão em fases finais de produção. É bom notar que o fim das filmagens não significa que as séries já estão prontas — ainda é necessário realizar todo o processo de pós-produção (edição, sonorização, efeitos e muito mais), que geralmente é a parte mais demorada do audiovisual.

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Se essa informação significa alguma coisa, é que dificilmente veremos produções originais da Apple imediatamente. Ou a empresa vai anunciar sua plataforma com uma data de estreia ainda mais ou menos longínqua (para o terceiro trimestre, por exemplo), ou o serviço estreará somente com conteúdos externos. Ao menos, entretanto, a empresa poderá mostrar uma prévia de algumas das suas produções no evento da próxima segunda.

Outros detalhes sobre o serviço

Se a discussão é sobre que “cara” terá o serviço de streaming da Maçã, outras fontes já dão uma ideia de ao menos uma parte da história.

O Financial Times, por exemplo, publicou uma reportagem1Matéria fechada para assinantes. afirmando que a Apple adotará uma estratégia oposta à da Netflix no mundo do conteúdo original — isto é, em detrimento do plano de lançar uma quantidade enorme de conteúdo para manter-se sempre no epicentro dos assuntos do mundo, a Apple preferirá focar no desenvolvimento de uma quantidade menor de séries e filmes, com um cuidado maior na qualidade de cada produção.

Falando da “outra parte” da plataforma, aquela que se refere ao conteúdo não-original, a mesma reportagem afirmou que a Apple está mantendo conversas com produtoras e estúdios em diferentes graus de sucesso. A CBS/Viacom, por exemplo, já está quase fechada com a Maçã para licenciar suas produções, que incluem séries e filmes da Paramount, MTV, Nickelodeon e Comedy Central.

Por outro lado, as negociações com a WarnerMedia não vingaram. O conglomerado detém os direitos de produções da Warner Bros., da DC Entertainment, do Cartoon Network, da New Line Cinema, do Cinemax, da CNN e muito mais, mas parece ter rejeitado as ofertas da Apple em prol de uma plataforma de streaming própria. A HBO, por sua vez, ainda está em negociações com a Apple.

Um dos problemas das produtoras e estúdios com a Apple é, segundo a reportagem, a obsessão da Maçã com segredos e a consequente dificuldade em traçar uma estratégia clara para as possíveis parceiras — não há como falar de planos futuros se é não é possível revelar quaisquer detalhes de planos do presente, afinal de contas. Apesar disso, a gigante de Cupertino parece estar esforçada para não ser vista como “uma empresa difícil de se trabalhar”, como afirmou a reportagem.

Sem propaganda, aparentemente

Por fim, outro detalhe sobre a plataforma foi compartilhado pelo MediaPost: aparentemente, um problema com o qual não teremos de lidar no “Apple Video” será o enxame de propagandas. Adeus, Bettina!

De acordo com a matéria, a Apple realmente planeja oferecer uma parte do seu conteúdo gratuitamente, aberto para todos os usuários do app Apple TV; mesmo nesses casos, os espectadores poderão assistir às produções originais da Maçã sem nenhum tipo de interrupção para propagandas. O mesmo vale, obviamente, para as séries e os filmes disponibilizadas apenas na parte paga da plataforma.

Pelo menos isso, não é?

via Cult of Mac; AppleInsider: 1, 2

Notas de rodapé

  • 1
    Matéria fechada para assinantes.

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