Frederik Neij, Gottfrid Svartholm Warg, Peter Sunde Kolmsioppi e Carl Lundstorm são as estrelas do espetáculo da semana na cidade sueca. Você nunca ouviu falar desses caras? Ok! E do site Pirate Bay?! 😉
Começou ontem o julgamento na justiça sueca contra os responsáveis pelo site de compartilhamento de arquivos. Os fundadores da organização anti-copyright da Suécia — chamada Piratbyrån —, lançada em 2003 — que luta para impedir qualquer tipo de regulação da internet —, enfrentam mais um capítulo judicial.
Representantes da indústria da música, do cinema e das companhias de jogos para computadores estão entre os interessados em ajudar no processo e dar um fim à iniciativa do quarteto.
Ao contrário do que tem sido publicado na imprensa brasileira, o Pirate Bay não está sendo acusado por infração de direitos autorais — pois é um fato eles não hospedarem nenhum dos arquivos, fazendo apenas buscas na internet e direcionando seus usuários ao material desejado, o que é considerado legal pelas leis suecas — e sim por “assistir e suportar a prática de quebra de direitos”, algo de que eles se consideram inocentes.
Fredrik Neij e Gottfrid Svartholm Warg se declararam responsáveis por certas atividades na manutenção do site. Já Peter Sunde afirmou que não tem nenhuma responsabilidade associada, enquanto Carl Lundstrom disse ter vendido banda e serviço de co-hospedagem nos servidores que rodam o site. Especificamente com o Pirate Bay, eles garantem que mal ganham dinheiro suficiente para manter o site. Representantes da indústria discordam dessa afirmação.
Se por acaso forem condenados, a pena poderá ser de até dois anos de cadeia além de multa de US$14,3 milhões — em parte por conta da acusação de que eles ganham dinheiro ao conduzir as atividades do portal.
No entanto, estamos no segundo dia de julgamento e metade das acusações feitas já caíram por terra, devido à falta de evidências incriminatórias. As acusações de assistência a quebra de direitos foram retiradas, restando somente as relativas ao suporte a distribuição.
“Nós somos os maiores distribuidores de cultura e mídia do mundo”, alfinetou Frederik Neij.
“Não importa que eles peçam milhões ou um bilhão. Nós não estamos ricos e não temos dinheiro para pagar”, disse Peter Sunde. “Eles não vão ganhar um centavo.”
“Eu já tenho mais dívidas na Suécia do que serei capaz de pagar um dia. E eu nem vivo aqui… Eles são mais que bem-vindos para me enviarem a conta. Eu irei emoldurá-la e pendurar na parede”, brincou Gottfrid.
O julgamento tem sido concorrido: cada cadeira na audiência foi vendida por um valor aproximado de US$60 — segundo a Wired. E por solicitação dos acusados, o julgamento ganhou caráter especial por ser o primeiro da história da Suécia a ter seu áudio transmitido pela internet — a lei sueca impede a difusão de imagens nesses casos.
Quem quiser acompanhar o desenrolar dos acontecimentos, pode fazer isso através do Spectrial, criado pelo Pirate Bay para cobrir o julgamento. Para os brazucas que não dominam o inglês, foram criadas a pedido dos fundadores versões para outros idiomas, inclusive para o português.