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Empregados da Microsoft escutam algumas conversas feitas pelo Skype

Chamda de vídeo no Skype

É, meus amigos. Estamos vivendo na era da — falta de — privacidade!

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Recentemente, Google, Amazon e Apple se meteram numa enrascada após serem pegas com a boca na botija escutando conversas alheias de usuários com o intuito de melhorar os serviços das suas respectivas assistentes virtuais — a Apple, inclusive, está sendo processada por isso. Agora, chegou a vez de mais uma gigante: a Microsoft.

A Motherboard obteve documentos, screenshots e áudios os quais mostram que humanos escutam chamadas do Skype feitas usando a função de tradução do aplicativo — tal recurso foi lançado em 2015 e permite aos usuários obter traduções de áudio em tempo real durante chamadas de áudio/vídeo.

YouTube video

Ainda que a empresa informe que pode analisar o áudio de ligações de usuários os quais utilizam o serviço de tradução — com a finalidade de melhorar o recurso —, não há absolutamente nada informando que humanos podem escutar tais conversas.

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Os documentos indicam que esses pedaços de áudio são fornecidos para empregados terceirizados junto a uma série de traduções aproximadas, geradas pelo sistema de tradução do Skype. O empregado então deve selecionar a tradução mais precisa ou fornecer a sua própria. O áudio em si é tratado como informação confidencial pela Microsoft — os dados estão disponíveis apenas por um portal online seguro, e a empresa toma medidas para remover informações de identificação, como números de IDs de usuários ou dispositivos.

O problema é que, como você pode imaginar, os áudios — segundo a Motherboard — incluem conversas de pessoas que falam intimamente com seus pares, bate-papos sobre questões pessoais (como perda de peso) e discussões sobre problemas de relacionamento. Outros arquivos obtidos pelo veículo mostram que fornecedores da Microsoft também escutam comandos de voz que usuários falam para a Cortana, a assistente de voz da empresa.

Os arquivos e documentos foram divulgados por um desses empregados (que se manteve anônimo) de uma empresa terceirizada, contratada pela Microsoft, que disse: “O fato de eu poder compartilhar um pouco disso com você mostra como as coisas são frouxas em termos de proteção de dados de usuários.”

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Os clipes de áudio recebidos pela Motherboard têm entre 5-10 segundos, mas segundo a fonte, alguns deles podem ter uma duração maior.

Algumas coisas que eu ouvi poderiam ser claramente descritas como sexo por telefone. Ouvi pessoas falando endereços completos em comandos para a Cortana, ou pedindo à Cortana para fornecer retornos de busca para consultas pornográficas. Embora eu não saiba exatamente o que alguém pode fazer com essas informações, parece estranho, para mim, que isso não esteja sendo tratado em um ambiente mais controlado.

À Motherboard, um porta-voz da Microsoft deu a seguinte declaração:

A Microsoft coleta dados de voz para fornecer e melhorar serviços ativados por voz, como pesquisa, comandos de voz, ditado ou serviços de tradução. Nós nos esforçamos para ser transparentes em relação à nossa coleta e uso de dados de voz para garantir que os clientes possam fazer escolhas informadas sobre quando e como seus dados de voz são usados. A Microsoft obtém a permissão dos clientes antes de coletar e usar seus dados de voz.

A empresa disse ainda que tanto a seção de perguntas frequentes do Skype Translator quanto a documentação sobre a Cortana são claras ao informar que ela usa dados de voz para melhorar seus serviços. Contudo, como ressaltado pela Motherboard, eles não dizem que um humano, uma pessoa, pode ouvir esses áudios.

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Para Frederike Kaltheuner, líder de programa de exploração de dados no grupo ativista Privacy International, isso não está nem um pouco certo. Ele afirmou que “as empresas devem ser 100% transparentes sobre como as conversas das pessoas são registradas e como essas gravações estão sendo usadas”.

Definitivamente, estamos vivendo numa época complicada quando se trata de privacidade — e isso precisa ser bastante discutido para que cheguemos a um denominador comum.

via CNET

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