A Apple gosta de se meter numa polêmica envolvendo baterias, não é mesmo? Primeiro, tivemos aquele caso no qual foi descoberto que ela diminuía o poder de processamento de aparelhos a depender de como estava a vida útil da bateria do aparelho (ou seja, se ela estiver abaixo de 80%, o telefone reduz o poder do chip para não sobrecarregar o componente).
A empresa reconheceu o erro (ter feito isso de uma forma pouco transparente) e colocou no ar um programa de trocas para que clientes pudessem trocar suas baterias velhas por novas, pagando menos por isso. Além disso, implementou uma forma de vermos como está a saúde da bateria no iOS.
Bem, o programa acabou no fim de 2018 (foram 11 milhões de baterias trocadas) e, é claro, muito gente acaba recorrendo a assistências técnicas não-autorizadas para trocar as baterias de seus telefones (seja pelo fator preço, comodidade — afinal, nem todo mundo tem uma loja ou Centro de Serviço Autorizado Apple ao lado de casa —, entre outros).
Só que, como falamos na semana passada, a empresa passou a esconder os dados de saúde quanto a troca da bateria é feita em uma assistência não-autorizada. Obviamente, a opinião pública caiu em cima da empresa, que hoje se viu forçada a emitir um comunicado oficial sobre o assunto.
A Apple deu a seguinte declaração a Rene Ritchie, do iMore:
Nós levamos a segurança dos nossos clientes muito a sério, e queremos garantir que qualquer substituição de bateria seja feita corretamente. Existem hoje mais de 1.800 provedores de serviços autorizados Apple nos Estados Unidos, portanto, nossos clientes têm ainda mais acesso conveniente a reparos de qualidade.
No ano passado, nós introduzimos um novo recurso capaz de notificar clientes caso não pudéssemos verificar se uma bateria nova e original foi instalada por um técnico certificado após os processos de reparo da Apple.
Essas informações estão lá para ajudar a proteger nossos clientes de baterias danificadas, de baixa qualidade ou usadas que podem levar a problemas de segurança ou desempenho. Esta notificação não afeta a capacidade do cliente de usar o telefone após um reparo não-autorizado.
Essa resposta era bastante óbvia, conforme discutimos no episódio #333 do MacMagazine no Ar. Que o iPhone reparado em uma assistência não-autorizada funciona, isso ninguém duvidava. A questão que paira no ar é se o recurso que diminui o poder de processamento do aparelho (quando a bateria ficar velha novamente) continua funcionando nesses iPhones ou se a Apple é realmente incapaz de medir esses dados quando a bateria é trocada em uma assistência não-credenciada.
Vale notar que a Apple não tem uma rede de assistências como a que tem nos EUA em qualquer lugar no mundo. Aqui no Brasil, por exemplo, existem cidades que não contam nem mesmo com um Centro de Serviço Autorizado Apple. Falar apenas dos EUA quando tal medida é colocada em prática de forma global, não me parece justo.
No mais, a firma de reparos iFixit fez um teste e confirmou que, mesmo sendo uma bateria genuína da Apple, a mensagem (informando não ser capaz de dizer a quantas anda a bateria do iPhone) aparece. Ou seja, a troca precisa necessariamente ser feita numa loja da Maçã ou em um Centro de Serviço Autorizado Apple para que tudo funcione a contento.
via 9to5Mac