A Reuters informou nesta semana que Apple, Google e Mozilla tomaram as medidas cabíveis a fim de impedir que o governo do Cazaquistão crie um sistema de vigilância pela internet usando os navegadores Safari, Chrome e Firefox.
A vigilância, segundo a Motherboard, acontece da seguinte forma: através de um certificado criptografado que o governo do Cazaquistão forçou seus cidadãos a fazerem download, era possível interceptar o Facebook, o Twitter, o Google e senhas de basicamente toda a população.
Isso porque, um certificado raiz (root) é um arquivo que, ao ser instalado no navegador, pode ler todo o tráfego criptografado. O problema é que o governo do Cazaquistão, no entanto, não é uma autoridade confiável e tem um histórico de uso de amplos poderes de vigilância.
No início deste mês, o Cazaquistão informou que suspendeu a implementação do tal sistema, cujo lançamento inicial foi descrito como um teste. As autoridades de segurança do país disseram que o objetivo do sistema era proteger os usuários do Cazaquistão de “ataques de hackers, fraudes online e outros tipos de ameaças cibernéticas”.
O sistema foi suspenso, mas poderia ser implantado novamente caso alguma ameaça à segurança nacional emergisse na forma de ataques cibernéticos e de informação, de acordo com o Comitê de Segurança Nacional do Cazaquistão.
Apple, Google e Mozilla, então, decidiram bloquear o certificado emitido pelo governo, dificultando seus planos. Um porta-voz da Maçã deu a seguinte declaração à ZDNet:
A Apple acredita que a privacidade é um direito humano fundamental e projetamos todos os produtos para proteger as informações pessoais. Tomamos medidas para garantir que o certificado não seja de confiança do Safari e que nossos usuários estejam protegidos dessa questão.
Segundo a Motherboard, uma possível medida que o governo do Cazaquistão poderá adotar é exigir o download de seu próprio navegador personalizado com o certificado já instalado, em vez de depender de empresas como Apple, Google, Mozilla e Microsoft permitam o uso do seu certificado.
Veremos o desenrolar dessa história.
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