O melhor pedaço da Maçã.

Tony Fadell relembra curiosidades sobre o iPod; Lisa Jackson e Alan Dye dão entrevistas

Além do iPod, eles falaram sobre o Apple Watch e as iniciativas ambientais da Apple
New Yorker
Tony Fadell

Se você acompanha as notícias do universo da Apple há algum tempo, é provável, então, que já tenhas ouvido falar de Tony Fadell, ex-vice presidente de engenharia da Maçã. O chamado “pai do iPod” aproveitou um dia livre para responder algumas perguntas sobre um dos produtos de maior sucesso na história da tecnologia.

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Com base nos sete anos em que trabalhou na Apple, Fadell acredita que o sucesso de produtos como o iPod e o iPhone se deve ao fato de eles terem sido lançados “no momento certo” — o processo de criação e produção do iPod, aliás, surpreendeu até mesmo Steve Jobs, uma vez que a companhia foi capaz de lançar o primeiro modelo do gadget após 10 meses de desenvolvimento, apenas.

Tudo deu tão certo na época que Fadell infere que não mudaria a maneira como as coisas aconteceram:

Você mudaria alguma coisa no hardware do iPod original usando a tecnologia disponível no momento do lançamento?

Nem um pouco… nós fizemos o melhor que pudemos com o que estava disponível no momento. Eu apostei todo o produto e os negócios em um processador de uma pequena startup desconhecida que falhou conosco numa ocasião anterior. A maioria das grandes empresas NUNCA faria algo tão arriscado.

Em um determinado ponto, a Apple assinou um acordo de US$4 bilhões com a Samsung para garantir o fornecimento de memórias flash que seriam usadas no iPod nano — tal negociação também foi fundamental para o desenvolvimento do iPhone, alguns anos depois.

A mesma estratégia em torno do iPhone e da memória NAND. Lembro-me das longas noites no final de 2005 negociando esse acordo com Tim Cook, Jeff Williams e ocasionalmente Steve Jobs. Corajoso e genial.

Lembro-me do dia em que Steve me ligou para ir à Sala do Conselho para assinar pessoalmente um pedido de compra de US$4 bilhões com a Samsung para a [memória] flash do [iPod] Nano. “Tem certeza de que estamos pedindo o material certo? Vai dar certo, mesmo?” Foi o maior pedido individual que a Apple já tinha feito até então.

O executivo também respondeu outras questões sobre a experiência do usuário com o iPod e afirmou que a Maçã tinha “medo” de investir no mercado de músicas digitais, dominado na época pela Sony (mesmo com a existência do iTunes).

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Uma das respostas mais curiosas está relacionada à expansão do iPod para usuários de Windows. Pode ser que alguns não saibam, mas o iPod foi desenvolvido inicialmente para funcionar exclusivamente com o Mac — pois a Apple usava a conexão FireWire, e não havia uma versão do iTunes para PC. Pelo bem dos negócios (e graças ao jornalista Walt Mossberg), no entanto, a Maçã teve que deixar de lado seu “egoísmo” e abrir o seu hardware (e software) para o sistema concorrente.

Sim, [o iTunes no Windows] mais o USB 2.0. Essas duas escolhas muito difíceis foram transformadoras para um ótimo produto que, de outra forma, continuaria sendo de um nicho. Isso se chama coragem.

Felizmente, nosso bom amigo @waltmossberg nos ajudou (ou, devo dizer, “convenceu o cético Steve”) a tomar a decisão (altamente religiosa) de levar o iPod ao PC!

Portanto, devemos dizer… obrigado, Walt.

Lisa Jackson

A vice-presidente de iniciativas ambientais, políticas e sociais da Apple, Lisa Jackson, também veio a público para falar sobre algumas atividades recentes da Maçã. Mais precisamente, a executiva falou com o The Independent sobre as últimas ações ambientais e de sustentabilidade da companhia.

Lisa Jackson

O foco da Apple em contribuir para o meio ambiente significa que a empresa teve que mudar algumas práticas antigas. Agora, segundo Jackson, uma equipe da Maçã é responsável por garantir que o impacto e as iniciativas ambientais sejam considerados ao trabalhar em novos produtos; é um “time virtual” composto por funcionários da Apple, todos trabalhando de suas próprias áreas da empresa.

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Mantivemos todos onde estavam e começamos a construir uma equipe virtual de pessoas em toda a empresa que, além de tudo o que fazem, têm a sensibilidade e o entendimento dos nossos objetivos em relação às mudanças climáticas e materiais. Com o tempo, esse grupo ficou maior e avançou na cadeia de fornecedores — agora regularmente discutimos com designers muito cedo no processo [de criação].

Apesar de todo o trabalho que a Apple tem feito (e ainda faz) em prol do meio ambiente, Jackson reconhece que a companhia ainda não está no ápice, e que esse é um tipo de trabalho “eterno”.

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Para mim, sempre vamos tentar seguir as inovações, mas nunca queremos impedi-las. Por definição, ficamos com um pé atrás em relação às inovações. Se a Apple estiver trabalhando em algum material novo, nós vamos ter que descobrir como reciclar isso. Mas também trabalhamos em harmonia o suficiente para dizer: como você está especificando um material, existe uma maneira de especificar esse tipo de material reciclado?

Jackson discutiu o fato de que a Apple foi capaz de reciclar os componentes usados no Taptic Engine dos iPhones 11 e 11 Pro, afirmando que, apesar de parecer um passo pequeno, essa ação reduzirá enormemente o impacto no meio ambiente (principalmente no quesito mineração).

Alan Dye

O vice-presidente de design de interface da Apple, Alan Dye, adora se gabar de algumas de suas contribuições para o Apple Watch — o executivo já contou como os mostradores do dispositivo são criados — incluindo aqueles elementos naturais, lançados com o Series 4.

Tim Cook durante apresentação do Apple Watch

Pois a última conversa de Dye sobre o Apple Watch, divulgada durante a 60º edição do podcast da HODINKEE, envolve a criação dos novos mostradores do watchOS 6, pensados para o Apple Watch Series 5. Confira a descrição do podcast:

No dia seguinte ao anúncio do Apple Watch Series 5 no mês passado em Cupertino, eu tive a oportunidade de me sentar com Alan no Apple Park para falar sobre o relógio de última geração, como ele vê o dispositivo amadurecendo e se desenvolvendo por si próprio, e quais desafios únicos o design do Apple Watch possui. O próprio Alan é um vigia (não muito diferente de outras pessoas da Apple), então também aprendemos com as inspirações horológicas presentes no watchOS e como o Apple Watch provocou maiores conversas sobre relógios no século XXI. Essa conversa foi fantástica e estou ansioso para compartilhar com todos vocês.

É possível ouvir à entrevista na página do Hodinkee, no Apple Podcasts e ou pelo Spotify.

via 9to5Mac: 1, 2, 3

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