A cada dia, vão acumulando-se as evidências de que os iPhones de 2020 ou 21 trarão a volta triunfal do Touch ID — não, não com a volta do botão de Início, e sim com um leitor de digitais embutido na própria tela dos aparelhos e que funcionará em plena harmonia com o Face ID. Duas das fontes de rumores mais respeitadas do mundo Apple (Ming-Chi Kuo e a Bloomberg) já corroboraram essa especulação, e agora temos mais alguns detalhes sobre ela.
De acordo com o jornal Economic Daily News, a Apple estaria planejando reuniões com a fornecedora taiwanesa GIS, dedicada a tecnologias de touchscreens, para que ambas as empresas discutam os detalhes sobre a possível inclusão do leitor de digitais nos próximos iPhones.
A ideia, segundo a reportagem, é utilizar o novo sensor ultrassônico da Qualcomm, apresentado hoje. Ele usa a mesma tecnologia já empregada nos aparelhos Galaxy S10 e Note10 (baseada em ondas sonoras, e não em leitores ópticos), mas tem uma área muito maior: 30x20mm, cerca de 17x mais amplo que o componente presente nos últimos flagships da Samsung.
Isso ainda não seria o suficiente para entregar um iPhone com a tela inteira capaz de ler digitais, como se especulou, mas o caminho aponta para uma tecnologia do tipo. Além disso, o sensor maior permite que o aparelho seja desbloqueado por múltiplos dedos ao mesmo tempo e ainda abre caminho para que os smartphones detectem outros aspectos do corpo do usuário, como o fluxo de sangue — o que seria uma ótima adição para a plataforma de saúde da Apple.
O grande desafio, agora, é convencer as pessoas de que a tecnologia é segura. Como bem se sabe, os leitores de digitais dos S10/Note10 sofreram com muitos problemas de confiabilidade envolvendo películas e “digitais fantasmas”; a questão já foi corrigida, mas a ideia de que os sensores ultrassônicos representam brechas de segurança ficou em parte do público.
A reunião entre a Apple e a GIS, aparentemente, colocará a fornecedora em contato com a Qualcomm para que as duas empresas juntas desenvolvam a solução que será empregada nos próximos iPhones. Segundo a reportagem, entretanto, os planos poderão atrasar: caso o desenvolvimento da tecnologia encontre obstáculos, a sua estreia pode ficar para os smartphones da Apple de 2021, apenas. Vamos ver.
Snapdragon 865 e 765
Ainda sobre a Qualcomm, a gigante apresentou hoje o processador que deverá equipar boa parte dos flagships do mundo Android em 2020, o Snapdragon 865. Também foi anunciado o Snapdragon 765, destinado a aparelhos intermediários e com uma vantagem evidente em relação ao irmão mais velho: rádio 5G integrado.

É isso mesmo: por algum motivo ainda não explicado, a Qualcomm colocou um modem 5G embutido somente no processador menos poderoso entre os dois anunciados hoje. O Snapdragon 865, claro, terá total capacidade de se conectar às redes — mas as fabricantes terão de usar um modem separado, o X55 (exatamente como acontece hoje, com o Snapdragon 855).

A boa notícia, por outro lado, é que 2020 será o ano em que veremos o 5G invadir o mercado, não só em aparelhos topos-de-linha mas também nos intermediários. A Qualcomm não forneceu muitos detalhes sobre os novos processadores, mas deverá fazê-lo ainda essa semana, durante sua conferência anual Snapdragon Tech Summit. Ficaremos atentos às novidades, claro.