No fim de 2019, a empresa de desenvolvimento Blix (criadora do cliente de email Blue Mail) havia acusado a Apple de manipular as classificações da App Store de forma a priorizar os aplicativos da companhia que competem com os de terceiros (como o próprio Blue Mail).
Independentemente de a Maçã ter feito isso ou não, o fato é que a Blix ficou extremamente furiosa com a situação — tanto que, agora, a empresa está convocando outros desenvolvedores que também acreditam terem sido “enganados” pela Apple, como noticiado pelo Financial Times1Matéria fechada para assinantes..
De acordo com uma carta aberta, publicada pelo cofundador da Blix Dan Volach, a Apple estava tentando “atrasá-los” sempre que uma solicitação era enviada à companhia, seja redirecionando-os para equipes que não respondiam por semanas ou fornecendo repostas desconexas que os faziam “voltar à estaca zero”.
Se a Apple o removeu da App Store e usou suas diretrizes para controlar sua inovação, manipulou o ranking do seu app ou (vamos ser honestos um com o outro) mentiu para você enquanto roubava sua tecnologia, é hora de conversar. Mesmo se você não tiver certeza de que deseja continuar (porque sabemos quão assustador pode ser), conte-nos a sua história. Não compartilharemos nada sem o seu consentimento.
A Apple respondeu à publicação dizendo que os criadores do Blue Mail “recusaram ajuda” para voltar a distribuir o app na Mac App Store — donde foi removido em junho passado por supostamente “duplicar” o recurso de outro software, o TypeApp.
Além de acusar a gigante de Cupertino de práticas anticompetitivas, a Blix está processando-a por violação de patente. Mais precisamente, a desenvolvedora alega que a Maçã “roubou” um recurso do Blue Mail que possibilitava usuários se inscreverem em múltiplos serviços com um endereço de email anônimo — muito semelhante à função do Iniciar sessão com a Apple (Sign in with Apple).
Investigação nos Estados Unidos
A Blix não é a única empresa que acusa a Apple de práticas anticompetitivas. Na realidade, há até mesmo uma investigação (realizada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, ou DoJ) em andamento para analisar essa possível ocorrência dentro da App Store.
Segundo uma nova reportagem da Reuters, o DoJ entrou em contato com alguns dos maiores desenvolvedores de apps, entre eles o CEO da Mobicip, Suren Ramasubbu, que teve o seu aplicativo removido da App Store no ano passado por uma “falha no cumprimento dos requisitos impostos pela Apple” — o que foi revertido posteriormente.
Ao que tudo indica, a investigação do DoJ está focando, inicialmente, em apps de controle parental que foram supostamente prejudicados pelas ações da Apple. Como informamos, múltiplas acusações contra a companhia vieram à tona após a implantação do recurso Tempo de Uso (Screen Time), em 2018.
Notas de rodapé
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