Os efeitos da pandemia do Coronavírus (COVID-19) continuam sendo sentidos em todos os aspectos da vida cotidiana, das operações das empresas e da política global. Agora há pouco, a Apple anunciou o fechamento das suas 17 lojas na Itália até segunda ordem. Agora, notícias da China indicam que a Maçã poderá ter ainda mais problemas de estoques no país — em relação, especificamente, ao iPad.
As informações são do Nikkei Asian Review: aparentemente, a demanda pelos tablets da Maçã está em alta no País da Muralha porque os consumidores estão recorrendo aos dispositivos para estudo e trabalho doméstico, já que, com a maioria das atividades coletivas suspensas na China até segunda ordem, boa parte dos cidadãos estão vendo-se obrigados a trabalhar e estudar das suas casas. Para essas tarefas, como bem se sabe, o iPad é um ótimo aliado — a própria Apple enviou tablets a empregados e parceiros seus isolados no país.
Há um problema, entretanto: o mesmo fenômeno que está causando o aumento na demanda pelos iPads está, ao mesmo tempo, diminuindo o seu ritmo de produção. Como já sabemos, o surto do Coronavírus tem desacelerado fábricas e linhas de montagem no mundo inteiro, especialmente na China; com isso, a Maçã não está conseguindo produzir tablets suficientes para satisfazer a demanda no país.
Os problemas são mais acentuados com os produtos mais baratos da linha: o iPad de 10,2 polegadas tem prazo de entrega estimado em três a quatro semanas na China, enquanto o iPad Pro de 12,9 polegadas (no outro extremo da faixa de preço) também tem disponibilidade limitada, sendo enviado em até duas semanas aos consumidores. Revendedoras locais, como a T-Mall, estão implementando limites de compras, permitindo que consumidores adquiram no máximo seis iPads de uma vez só.
As notícias, claro, não são muito boas para a Apple — a empresa passou os últimos anos lutando por uma expansão no concorridíssimo mercado chinês e agora, na primeira oportunidade, não tem condições de satisfazer a demanda. Ainda assim, nem tudo é negativo: a analista Katy Huberty, do Morgan Stanley, por exemplo, aposta que os consumidores da China gastarão mais dinheiro em aplicativos e serviços da Maçã, aumentando o faturamento da empresa.
Resta saber, agora, quando a Apple conseguirá normalizar o ritmo na produção — e se, quando a poeira baixar, os chineses ainda terão esse interesse aguçado nos iPads. Vamos ver.
via Cult of Mac