Não é de hoje que a Apple se vê às voltas com acusações relacionadas a supostas práticas monopolistas. O Spotify já fez denúncias, o Kaspersky Lab já falou sobre isso e uma série de outras empresas também já se pronunciaram, perante a justiça ou informalmente, sobre o tema.
Uma delas é a Tile, fabricante daqueles pequenos rastreadores Bluetooth que podem ser usados em carteiras, bolsas ou bicicletas. Ao que tudo indica, a Apple muito em breve será concorrente da empresa; por ora, entretanto, a relação entre a Tile e a Maçã é simplesmente de cooperação — ou deveria ser, ao menos.
Em janeiro passado, a fabricante acusou a Maçã de dificultar seu modelo de negócios com mudanças implementadas no iOS 13, que complicaram o acesso de aplicativos de terceiros à localização do usuário. À época, Apple respondeu que estava trabalhando com desenvolvedores interessados numa maneira de chegar a um consenso — isto é, um meio-termo que satisfizesse as necessidades dos apps ao mesmo tempo em que não poria em risco a privacidade do usuário.
A promessa da Maçã, entretanto, parece não ter sido cumprida — e, pior, o comportamento da gigante de Cupertino ficou (alegadamente) ainda mais difícil. Segundo a Reuters, a Tile enviou recentemente uma nova declaração ao Congresso dos Estados Unidos, onde está sendo analisada a acusação de práticas monopolistas por parte da Apple e de outras empresas como o Google e a Amazon. O documento diz o seguinte:
Infelizmente, desde a última audiência, as práticas anti-competitivas da Apple mudaram para pior, não para melhor.
Nós, da Tile, nos opusemos a um novo recurso do iOS que obriga os usuários a concordar repetidamente que nosso app opere em plano de fundo — algo que é crucial para o nosso serviço. Sem o acesso de plano de fundo à localização do usuário, nosso aplicativo só consegue detectar a perda das chaves ou de uma carteira caso isso calhe de acontecer enquanto o app estiver aberto.
Apesar de múltiplas promessas de que iria restaurar a opção “Permitir Sempre” na captura de localização em segundo plano para apps de terceiros, a Apple ainda não seguiu adiante com o compromisso.
A Apple, como se esperaria, não respondeu às novas acusações. De qualquer forma, certamente ainda rolará muita água por debaixo dessa ponte — especialmente quando as tais das “AirTags”, os rastreadores da própria Maçã, forem lançados. Vamos aguardar.
via iMore