A pandemia do Coronavírus (COVID-19) continua afetando dezenas de países ao redor do mundo. Como resposta ao surto, sabemos que a Apple vem adotando várias medidas e, além de ter investido dinheiro e recursos no combate à doença, agora a empresa está compartilhando informações para a fabricação de EPIs1.
Além disso, como resultado do fechamento das lojas da Maçã ao redor do mundo, a redução nas vendas de dispositivos começou a afetar a ponta de produção da empresa. Assim, empresas como a Foxconn (uma das maiores parceiras da Apple que monta iPhones, inclusive no Brasil) teria não apenas deixado de contratar novos funcionários, como estaria reduzindo o tempo de trabalho dos contratos vigentes.
Já no Brasil, veremos que um novo app ajudará no monitoramento dos casos da COVID-19; enquanto isso, a França reclamou que as “limitações” impostas pela Apple em seus produtos estaria atrasando o desenvolvimento de soluções no combate à pandemia, semelhantemente à opção apresentada pela Apple e pelo Google.
Vamos conferir tudo isso, abaixo!
Apple ensinando como fabricar protetores faciais
No começo deste mês, a Apple compartilhou informações importantes sobre a produção e o uso de protetores faciais, itens de segurança pessoal que ajudam a preservar a vida útil de outros EPIs, como máscaras e óculos.
Agora, considerando o aumento expressivo na demanda e no uso desses itens em hospitais dos Estados Unidos, a gigante de Cupertino divulgou um novo documento de suporte2 com o detalhes de fabricação de protetores faciais, a fim de que outras empresas ou instituições ajudem no fornecimento desse produto.
A Maçã alerta que as instruções devem ser usadas apenas por especialistas e que a produção de protetores faciais requer conhecimento de nível profissional em fabricação e design.
Além de especificar os materiais/métodos necessários para a produção, a companhia também disponibilizou um novo email específico para o assunto: [email protected].
Foxconn demitindo?
As fábricas da Foxconn na China retomaram suas atividades há cerca de um mês, após o fim da fase de pico da pandemia no país. Embora a preocupação inicial fosse atender à demanda (após semanas com a produção estagnada), agora o problema parece ser justamente uma queda na fabricação, de acordo com uma reportagem do Financial Times3.
Segundo informações, vários funcionários do complexo de Zhengzhou, onde iPhones são montados, disseram que a Foxconn interrompeu a contratação e começou a cortar algumas vagas temporárias. Além disso, as horas extras também foram reduzidas, sendo que a fábrica estaria incentivado seus funcionários a tirar férias.
A Pegatron, outra fornecedora da Maçã, também vem cortando funcionários devido à queda na demanda. Aproximadamente 1.000 trabalhadores temporários e terceirizados foram demitidos, de acordo com um funcionário da fábrica.
Para reanimar as esperanças dos seus parceiros de produção, a Apple estaria, de acordo com o Nikkei, informando a seus fornecedores que pretende produzir cerca de 213 milhões de iPhones até março de 2021. Tecnicamente, isso representa um aumento de 4% em relação à quantidade de dispositivos fabricados entre o começo de 2019 e março passado, mas há ceticismo entre os fornecedores.
As perspectivas de produção da Apple são bastante otimistas, e precisaremos avaliar se elas são baseadas em uma previsão de demanda realista. A produção real pode ser de 10% a 20% menor.
De fato, como a maior parte das lojas da Apple ainda estão fechadas ao redor do mundo, não é possível afirmar como será a demanda por iPhones nos próximos meses, mas certamente a Maçã tem bons motivos para manter uma previsão tão positiva.
App brasileiro para monitoramento da COVID-19
Um novo app desenvolvido pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e pela empresa de tecnologia Zoox Smart Data ajudará no monitoramento do número de casos da COVID-19 no Brasil. Chamado Dados do Bem, o app foi elaborado por um grupo de médicos, pesquisadores e cientistas em apenas 25 dias.
O app possui um questionário que ajuda a informar, com base em dados sobre o estado de saúde do usuário, se ele(a) deve procurar ajuda médica. Se as chances de contaminação forem altas, a pessoa pode ser convidada a agendar, gratuitamente, um exame com dia/horário específico.
Para o secretário estadual de saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, o app permitirá acompanhar a curva de casos de forma mais imediata e identificar as regiões de maior concentração do vírus. Para ele, a tecnologia é um exemplo de “como a sociedade e as instituições públicas e privadas estão unidas na missão de salvar vidas”.
O app também está disponível para Android, no Google Play.
França reclama das limitações do iOS
Embora a Apple e o Google tenham apresentado uma solução a nível mundial no combate ao Coronavírus, muitos países estão tentando avançar com suas próprias criações para monitorar o avanço da pandemia.
Um desses países é a França, que está enfrentando dificuldades no lançamento de uma tecnologia de rastreamento devido às “limitações” dos produtos da Apple, precisamente quanto ao Bluetooth. As informações são da Bloomberg4.
Estamos pedindo à Apple que remova o obstáculo técnico [do Bluetooth] para que isso permita desenvolvermos uma solução voltada para o sistema de saúde europeu.
A Apple não permite que um app mantenha uma conexão Bluetooth em segundo plano se os dados estiverem sendo removidos do dispositivo — diferentemente da solução apresentada em parceria com o Google, a qual visa manter os dados no aparelho, a menos que alguém com quem você tenha entrado em contato relate ter sido infectado.
Veremos se a Apple abrirá algum tipo de exceção.
via MacRumors, Ars Technica, VEJA, ZDNet