Já falamos aqui diversas vezes sobre o eletrocardiograma (ECG) do Apple Watch, introduzido na versão Series 4 do reloginho. Entre detalhes acerca do seu funcionamento e explicações do motivo para o recurso ainda não ter chegado ao Brasil, uma coisa foi sempre deixada bem evidente: a ideia da Apple não é substituir uma consulta médica, e sim oferecer ao usuário dados suplementares — fazendo com que você procure um médico assim que notar algo fora de ordem, por exemplo.
Ainda assim, ao menos em um caso, o ECG do Apple Watch parece ter superado as técnicas de eletrocardiograma profissionais de um hospital — ao menos foi o que relatou o European Heart Journal em relação ao caso recente de uma paciente alemã de 80 anos.
A senhora chegou ao Centro Médico Universitário de Mainz, na Alemanha, com dores no peito, tontura e ritmo cardíaco irregular — todos esses, sintomas de isquemia do miocárdio, condição em que o fluxo sanguíneo para o coração é reduzido e a subsequente falta de oxigênio pode levar a um ataque cardíaco.
Imediatamente, os médicos submeteram a paciente a um exame de ECG tradicional, com 12 pontos de contato; o teste, entretanto, não apresentou quaisquer evidências de isquemia do miocárdio. Foi aí que a paciente mostrou aos profissionais os resultados de testes feitos com o ECG do seu Apple Watch — estes, com evidências claras da condição.
Munidos das informações extras, os médicos transferiram a paciente para um laboratório de cateterização, onde conseguiram detectar uma estenose (compressão) em uma das principais artérias cardíacas, bem como uma lesão em uma das bifurcações do coração. A senhora foi operada, com stents aplicados nos vasos danificados, e liberada no dia seguinte.
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Obviamente, nada disso indica que o Apple Watch é mais competente do que exames completos, feitos por profissionais qualificados — o que um caso desses mostra é que, na maior parte dos casos, um dispositivo que monitora informações do paciente frequentemente (em vez de somente em um exame eventual) é um aliado valioso na detecção de doenças e outras condições.
Os pesquisadores que escreveram a reportagem do European Health Journal concluíram afirmando que o Apple Watch pode, inclusive, ser usado para detectar casos de isquemia do miocárdio. Para comprovar isso, claro, serão necessários mais testes.
via MacRumors