O burburinho sobre o “Projeto Titan”, a iniciativa da Apple relacionada ao seu sistema de carros autônomos, deu uma esfriada nos últimos tempos: desde que a Maçã demitiu 200 funcionários ligados à empreitada, ouviu-se falar muito pouco sobre ela — a empresa reduziu, inclusive, seus testes com os carros.
Isso tudo poderia indicar que a Apple encontrou uma barreira intransponível no projeto ou determinou que não valeria a pena prosseguir colocando esforços sobre isso. Segundo a analista Katy Huberty, entretanto, não é nada disso.
A profissional do Morgan Stanley trouxe, em nota a investidores publicada pelo analista Adam Jonas, algumas informações interessantes sobre o estado atual do “Projeto Titan” nos laboratórios do Apple Park. Huberty notou, por exemplo, que a Apple deverá gastar cerca de US$19 bilhões em pesquisa e desenvolvimento (P&D) somente este ano — algo entre 20% e 25% do investimento previsto para toda a indústria automotiva no mesmo período.
Obviamente, apenas uma fração desse dinheiro será direcionada ao desenvolvimento do “Apple Car” ou do sistema de direção autônoma da Maçã; de qualquer forma, como apontou Huberty, o número mostra que a Apple pode, ainda, ser uma força disruptiva no mundo dos veículos — assim como o Google e outras gigantes tecnológicas.
A analista apontou ainda que, seja lá o que a Apple estiver desenvolvendo para a indústria automotiva, certamente não estamos falando de um simples CarPlay mais avançado: a entrada da Maçã no segmento será uma “solução verticalmente integrada” — ou seja, uma plataforma com design, componentes, interface e serviços totalmente controlados pela própria Apple.
Isso não necessariamente coloca um “Apple Car” de volta à conversa — a ideia da companhia de montar e vender um carro próprio já foi meio que deixada de lado pelos analistas, mas isso não significa que a Maçã vai simplesmente vender um sistema de direção autônoma a outras montadoras e deixar que elas o implementem da forma que quiserem. Quando o “Projeto Titan” sair do forno, será do jeito que a Apple quiser, com as parceiras que ela quiser e com a última palavra vinda de Cupertino.
Huberty citou ainda, na nota, que vê como improvável uma parceria entre a Apple e a Tesla: a tendência, segundo a analista, é que as empresas tornem-se concorrentes de fato — isso, claro, quando a Maçã lançar o seu projeto veicular ao mundo.
via AppleInsider